Manejo clínico de paciente diagnosticada com linfoma de Burkitt e hepatite B crônica
Abstract
Introdução: O Linfoma de Burkitt (LB) é um Linfoma Não-Hodgkin de células B indiferenciadas com caráter altamente agressivo que acomete principalmente homens com predileção pelos ossos gnáticos. A lâmina do LB exibe caracteristicamente padrão “céu estrelado” e imunofenotipagem IgM, CD19+, CD20+, CD22+, CD10+ e Blc-6. O LB apresenta variante clínica endêmica, esporádica e associada à imunodeficiência. Os protocolos quimioterápicos propõem o tratamento CODOX-M / IVAC, com considerável número de remissões completas. Além do risco de hepatotoxicidade, o esquema leva a um estado de imunodepressão severa, que predispõe reativação viral e desenvolvimento de hepatite. Objetivo: Relatar caso de paciente com LB e sorologias de Hepatite B crônica. Metodologia: Análise do prontuário e pesquisa bibliográfica em plataformas digitais em maio/2017. Relato de caso: Jan/2014, mulher, 39 anos, apresentou-se no CHS com queixas de perda de 7kg, massa abdominal e afilamento das fezes com sangue há 6 meses. Nega comorbidades. Ao exame, apresentava dor a palpação abdominal, RHA -, DB - e massa em FID e flanco direito. Fez-se laparotomia exploradora com exérese de tumor compatível com linfoma. A imuno-histoquimica revelou CD10+, CD20+, CD23-, Bcl-2- e Bcl-6 inconclusivo, confirmando LB. Após 1º ciclo CODOX-M e Ara-c, as sorologias revelaram Hepatite B Crônica. Realizou-se dois novos ciclos de QT e, logo após o 3º, paciente evoluiu com mucosite e neutropenia febril. Após antibiótico terapia, houve importante icterícia e aumento de TGO, TGP e bilirrubinas. Devido a hepatotoxidade, a QT foi suspensa. Paciente segue assintomática, em uso de Entecavir, com HBsAg reagente e PCR-HBV infectável e sem sinais do LB. Conclusão: Além da associação entre LB e Hepatite B, mostrou-se a importância da coleta das sorologias antes da QT para manejo hepatite B crônica; terapêutica.
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