Hidradenite supurativa e ciclo gravídico puerperal
relato de caso e revisão
Keywords:
hidradenite supurativa, ciclo gravídico puerperal, anticorpo monoclonal, adalimumabAbstract
Introdução: a hidradenite supurativa (HS) é uma doença cutânea crônica e inflamatória, associada a oclusão de folículos pilosos, que evolui em nódulos, abcessos e fístulas. presente em 0,41% da população, mais comum em mulheres, podendo ser concomitante com o ciclo gravídico-puerperal (CQP). o tratamento pode ser conservador (medicamentoso e cirúrgico) ou com aplicação dos anticorpos monoclonais anti-tnf alfa (como adalimumab). avaliamos os riscos e benefícios desses anticorpos em gestantes e puérperas, devido a passagem desses pela placenta e presença no leite materno. Relato: paciente, 38 anos, sexo feminino. relata lesões cutâneas, diagnosticadas como HS, com início aos 17 anos e grande piora nos últimos 3 anos. inicialmente, localizava-se nas regiões femorais internas e virilha, evoluindo para axila, nádegas e região femoral posterior. As lesões apresentam regiões hipercrômicas decorrentes de cicatrização e outras em processo inflamatório, com evolução coalescente das lesões e presença de abcessos e fístulas. Na primeira gestação, com 21 anos, havia menor quantidade de lesões e não houve empecilho para o parto vaginal. Recentemente, teve seu segundo filho, que nasceu por via vaginal sem intercorrências. como antecedentes familiares, relata que sua mãe, tia e 3 primas possuem a doença. Tem 6 irmãos e uma irmã e nenhum deles possui essa patologia, assim como seus filhos. Discussão: o caso é relevante, pois baseou-se em tratamento conservador, ao invés do uso do anticorpo monoclonal. a paciente possuía lesões graves, em estágio III de Hurley, e já passou por intervenções cirúrgicas e medicamentosas, com melhora provisória. apesar disso, evoluiu sem grandes complicações no CQP, incluindo o estado de saúde e amamentação do filho. Atualmente, estuda-se a aplicação de agentes biológicos como terapêutica alternativa em pacientes sem resposta ao tratamento convencional. O mais utilizado é o adalimumab, o qual se liga a citocina TNF. Há um receio do uso deste em gestantes e lactantes, mas os resultados de pesquisas não evidenciam danos fetais. Há indícios de que lactente podem estar sujeitos a maior risco de infecção e recomenda-se que o uso de vacinas vivas deva ser postergada em 5 meses após a última administração do agente biológico à mãe. Conclusão: HS pode atingir gestantes e puérperas, podendo interferir na via de parto e na amamentação. O tratamento deve ser conservador nos casos mais leves, sendo o uso de anticorpos monoclonais, como o adalimumab, restrito aos casos com estadiamento mais avançado.
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- 2023-10-19 (2)
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