Validação de desinfecção de alto nível em artigos semicríticos no Hospital Santa Lucinda em Sorocaba-SP
Resumen
Introdução: A Infecção Relacionada à Assistência em Saúde (IRAS) consiste em uma das principais causas de morbimortalidade nacional e internacional. As elevadas taxas de IRAS se devem à susceptibilidade do paciente, resistência dos microrganismos e padrões de assepsia e higienização do ambiente hospitalar. Com a finalidade de reduzir a contaminação dos artigos médico-hospitalares (AMH), a Central de Material e Esterilização (CME) se responsabiliza pelas tecnologias de limpeza, desinfecção e esterilização. Assim, torna-se fundamental a implantação de um sistema de validação e qualificação dos processamentos. Objetivos: Realizar a validação da desinfecção de alto nível em AMH semicríticos e avaliar a manutenção da assepsia dos materiais armazenados por até 28 dias. Metodologia: Estudo experimental, laboratorial e qualitativo, no qual foram realizadas coletas para análise microbiológica de amostras de três AMH (inalador, nebulizador e válvula do respirador), previamente submetidos a desinfecção de alto nível, para realização de testes microbiológicos em datas específicas, que obedeceram a um cronograma de 0, 7, 14, 21 e 28 dias subsequentes à desinfecção. O protocolo também previu a coleta de uma amostra antes do processo de embalagem. Resultados: Ao todo, avaliaram-se 64 inaladores, 23 nebulizadores e 16 válvulas. Após inoculação, 49 amostras (47,6 %) apresentaram crescimento bacteriano. As análises macro e microscópicas das bactérias isoladas sugeriram a contaminação pelas bactérias: Staphylococcus, Escherichia coli, Bacillus spp. e Sarcina spp. Das quatro amostras extras colhidas, foram isolados Streptococcus β-hemolítico do grupo A, Bacillus spp. e Staphylococcus DNase negativo em duas delas. O teste de sensibilidade aos antimicrobianos demonstrou alta prevalência de resistência bacteriana. Conclusão: A presença de microrganismos não esporulados nos itens submetidos à termodesinfecção indica falha no processo ou contaminação pós-descontaminação. Com isso, não foi possível validar a desinfecção de alto nível desenvolvida na CME do Hospital Santa Lucinda e a determinar um prazo de validade para o processo.Descargas
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