Pandemia da COVID-19
análise de alterações comportamentais e clínicas de crianças com transtorno do espectro autista
Palabras clave:
transtorno do espectro autista, COVID-19, sinais e sintomas, sintomas comportamentaisResumen
Introdução: o surgimento do novo coronavírus, SARS-CoV-2, alastrou-se de forma pandêmica, o que levou estados e municípios brasileiros a adotarem medidas de distanciamento social como estratégia para reduzir o número de casos e auxiliar no controle da doença. estas medidas atingem de forma diferenciada estratos populacionais e territórios, o que desencadeia uma elevação nos níveis de estresse psicológico da população em geral, especialmente da população infantil com transtornos mentais pré-existentes, como os portadores do transtorno do espectro autista (TEA). os portadores do TEA são caracterizados por déficits persistentes na comunicação verbal e não verbal, na interação social, além de dificuldades em vários domínios do desenvolvimento e das funções adaptativas. Assim, diante do exposto, o presente estudo transversal visa relacionar e investigar as alterações comportamentais e clínicas de crianças com espectro autista durante a pandemia do COVID-19 no ano de 2020/2021. Objetivo: apontar o impacto da pandemia da COVID-19 nas alterações comportamentais e clínicas de crianças brasileiras no espectro autista durante o período de agosto 2020 até março 2021, bem como relacionar ao uso de medicamentos psicotrópicos, as principais demandas dos pais e/ou responsáveis e ao perfil socioeconômico. Métodos: trata-se de um estudo transversal que coletou dados de 221 responsáveis de crianças brasileiras no transtorno do espectro autista cujas famílias foram contatadas remotamente, devido às condições da época, através de comunidades de apoio no Facebook®, principalmente o da “comunidade pró-autismo”, o que continha a maior quantidade de membros dentre as quais foram analisadas. o critério de inclusão foi idade entre 1-12 anos e o critério de exclusão foi idade menor que 1 e maior que 12 anos. Ademais, os pais e/ou responsáveis podiam responder o questionário apenas uma vez por criança. Os dados foram obtidos através de 31 questões enviadas via Google forms®, compondo um questionário que foi previamente avaliado por peritos e aceito pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos com código CAAE 44793221.3.0000.5373. Resultados: o estudo relatou que houve um acréscimo de 14,2% de crianças em uso de medicação psicotrópica no momento do isolamento social. Já em relação aos sinais e sintomas avaliados nos períodos anterior e durante a pandemia, assim como, as terapias auxiliares, observou-se redução de seus níveis, com destaque para: dificuldade para se comunicar (56,8%) e dificuldade para compreender informações (38,2%). Ainda, observou-se que as principais demandas solicitadas variavam com base no perfil socioeconômico familiar segundo a classificação ABEP (CCEB 2019-PNADC 2018). Conclusões: o presente estudo demonstrou que durante a pandemia, o aumento da dose do medicamento psicotrópico ocorreu para a estabilização dos sintomas diante da impossibilidade da realização das terapias e consultas presencias, sendo que este último contribuiu para redução dos diagnósticos. O isolamento pode ter contribuído para a redução das alterações clínicas e comportamentais características do TEA.
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