Avaliação da qualidade de vida de pacientes com leucemia mieloide crônica em tratamento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)
Palabras clave:
leucemia mieloide crônica, qualidade de vida, SF-36Resumen
Introdução: a leucemia mieloide crônica (lmc) é uma neoplasia hematológica, que envolve as células-tronco mieloides pluripotentes da medula óssea e interferem na maturação de todas as células sanguíneas. é caracterizada em 90% dos casos por conta da presença do cromossomo Philadelphia, resultante da translocação t(9; 22) (q34;q11), que é uma translocação recíproca entre os braços longos dos 9 e 22, resultando na formação de uma oncoproteína (p210bcr-abl). essa doença representa cerca de 15%-20% de todas as leucemias e na maioria dos casos não há fator predisponente conhecido. Há três fases clínicas da doença: crônica, acelerada e blástica. Frequentemente é assintomática, porém quando sintomática podem ser encontrados fraqueza, cansaço e desconforto abdominal. o diagnóstico é realizado principalmente por PCR qualitativo e quantitativo, os quais confirmam a presença da p210bcr-abl. o estadiamento da LMC pode ser feito através do escore de Sokal. O tratamento de primeira linha, no Brasil, é feito com mesilato de imatinibe, que é um inibidor seletivo da tirosina-quinase abl. O que costuma ocorrer depois de recebido o diagnóstico é um impacto nas condições psicológicas, podendo resultar em alterações na qualidade de vida do paciente com LMC. Objetivos: avaliar a qualidade de vida, dados clínicos, demográficos e laboratoriais de pacientes com leucemia mieloide crônica em tratamento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Metodologia: o estudo analisou 100 prontuários de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) em tratamento no CHS. Foram coletadas informações como gênero, idade, idade ao diagnóstico, tratamento inicial e atual, além de dados ao diagnóstico como níveis de hemoglobina, plaquetas, leucócitos e tamanho do baço. também foram realizadas 91 aplicações da versão brasileira do questionário de qualidade de vida SF-36, de forma presencial nos consultórios do CHS ou de forma virtual (ligações telefônicas e chamadas de vídeo). trabalho aprovado pelo comitê de ética. Resultado: dos 100 prontuários analisados, houve uma predominância de pacientes do sexo feminino (54%) em relação ao sexo masculino (46%). A média de idade atual dos pacientes foi de 55 anos, enquanto a idade ao diagnóstico foi de 47,5 anos. 84% dos pacientes receberam hidroxiureia no momento de suspeita da LMC, e após a confirmação do diagnóstico, 100% iniciaram o tratamento com imatinibe. Atualmente, 57% estão em uso de imatinibe, 27% de nilotinibe, 15% de dasatinibe e apenas 1% de ponatinibe. os principais achados nos exames de hemograma ao diagnóstico foram anemia (76,9%), leucocitose (86,9%) e plaquetose (38,4%). em 28 prontuários, não havia informações sobre a palpação do baço, mas dos 72 pacientes com essa informação, 68% apresentavam esplenomegalia. quanto à qualidade de vida, 91 pacientes participaram da aplicação do questionário, sendo 56% mulheres e 44% homens. os pacientes avaliados obtiveram média de notas inferiores em todos os 8 domínios do SF-36 em comparação com a população normativa brasileira. Observou-se também que pacientes do sexo feminino tiveram escores mais baixos em todos os domínios em comparação aos pacientes do sexo masculino. Os dois domínio com valores mais baixos nos pacientes com LMC foram o de vitalidade e de estado geral da saúde, assim como da população brasileira comparada. Conclusão: a LMC é uma doença que afeta a qualidade de vida dos pacientes, e os resultados deste estudo mostraram que os escores de qualidade de vida dos pacientes em tratamento para LMC foram inferiores aos da população normativa brasileira.
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