Evolução materna e fetal de gestações acompanhadas de síndromes hipertensivas em um hospital público terciário

Resumo

Objetivo: Este estudo teve por objetivo traçar o perfil epidemiológico, avaliar a evolução materna e fetal relacionadas a internações por síndromes hipertensivas e relacioná-las à realização do acompanhamento pré-natal adequado ou não.

Métodos: Foram avaliadas retrospectivamente 1.501 gestações, que corresponderam a todas as internações por síndromes hipertensivas registradas sistematicamente em um período de 4 anos no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Neste período foram realizados 12.971 partos no serviço.

Resultados: Dentre as pacientes avaliadas, houve prevalência de etnia branca, de multiparidade e ausência de vícios. A idade materna média foi de 28,5 anos e a mediana de 29 anos. A complicação imediata materna com maior ocorrência foi insuficiência renal aguda; e a complicação fetal mais frequente foi icterícia neonatal, seguido de anóxia neonatal. As mortalidades materna e fetal tiveram maior relevância quando o pré-natal foi realizado inadequadamente (<6 consultas).

Conclusões: Neste estudo retrospectivo observacional, a eclampsia esteve associada à alta mortalidade materna e todas as síndromes hipertensivas relacionaram-se à alta mortalidade fetal. A sobreposição da pré-eclâmpsia/eclâmpsia à hipertensão arterial crônica duplica ou triplica a mortalidade fetal. O pré-natal adequado (completo) previne as complicações gravídicas-puerperais, reduzindo diretamente a mortalidade materna e fetal.