Lipodermatoesclerose: relato de caso e revisão literária

Resumo

Introdução: A lipodermatoesclerose, hipodermite esclerodermiforme ou paniculite esclerosante é a denominação para o endurecimento e hiperpigmentação da pele envolvendo as panturrilhas com a aparência de “garrafa de champagne invertida”. É uma paniculite relacionada usualmente com obesidade, idade superior a 60 anos, caucasianas, fumantes, insuficiência venosa crônica, isquemia arterial e episódios antigos de tromboflebite; Objetivo: Descrever um caso de lipodermatoesclerose em paciente do sexo feminino com poucos fatores de risco para insuficiência venosa crônica e realizar uma revisão literária sobre o tema; Metodologia: Levantamento bibliográfico nas bases de dados MedLine e Lilacs; Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 65 anos, do lar, hígida, apresentou dor intensa há 20 dias em MMII direito e manchas em panturrilha direita há 3 meses. Nega antecedentes pessoais e familiares relevantes. Negou uso de drogas, tabaco e álcool. Ao exame observou-se eritema localizado e mácula acastanhada mal delimitada em maléolo medial, área de necrose, presença de tecido endurecido, edema (++/4+), dor à palpação e rubor, além de descamação perilesional. Presença de pulsos cheios e simétricos. Vigente a clínica foi levantada a hipótese diagnóstica de lipodermatoesclerose. Prescreveu-se Ciprofloxacino 500 mg 12/12h e Clindamicina 600 mg de 8/8h por 10 dias com melhora do quadro; Conclusão: O conhecimento da lipodermatoesclerose é importante devido sua comum associação com insuficiência venosa crônica, uma vez que esta possui alta prevalência. Seu não tratamento implica em úlceras com altos índices de infecção, além de problemas psicológicos e custos financeiros, sendo, portanto, essencial seu diagnóstico precoce.