Tratamento não operatório em trauma hepático perfurante

Autores

  • José Mauro da Silva Rodrigues
  • Clarissa Garcia Custódio
  • Nayara Alamino Rodrigues
  • Dalmo Ribeiro Machado
  • Leticia Francine Duarte de Oliveira
  • Henrique Alvares Pessoa
  • Renata Boralli
  • Vinicius Vertematti

Palavras-chave:

trauma hepático, tratamento não operatório, estabilidade

Resumo

Introdução: O trauma é uma das principais causas de morte entre 1 e 40 anos devido, entre outras causas, aos altos índices de violência urbana, decorrendo a importância dos traumas toracoabdominais penetrantes, aos quais o traumatismo hepático corresponde a 72,73%, sendo 40% por FAB. Altas taxas explicadas pelo volume e posição anatômica do fígado na cavidade toracoabdominal. A morbimortalidade do traumatismo hepático tem diminuído nos últimos 30 anos, no que muito contribuiu a implementação do Tratamento Não-Operatório (TNO) com os pacientes hemodinamicamente estáveis. Objetivo: Relatar o caso de paciente vítima de FAB com traumatismo hepático e manejo com TNO. Materiais e métodos: Foram utilizados como fonte a avaliação inicial baseada no ATLS, a anamnese e exame físico realizados, além de exames de imagens e revisão de literatura. Relato de caso: JC, 55 anos, masculino, deu entrada na emergência do Conjunto Hospitalar de Sorocaba na madrugada do dia 09/01/2017, vítima de FAB em região tóracoabdominal direita na linha axilar anterior. O paciente foi trazido pelo SAMU em PR + CC e à avaliação inicial obteve-se vias aéreas pérvias, murmúrio vesicular e diminuído no hemitórax direito, com saturação de O2 em 92% com uso de máscara. BRNF 2T s/ Sopros, FC=92bpm e PA=100x70 mmHg. Glasgow 15, sem déficits, sem escoriações ou hematomas, apresentou abdome flácido, sem sinais de irritação peritoneal, e pelve estável. Constatada a estabilidade hemodinâmica do paciente, realizou-se Rx e TC de tórax e abdome, evidenciando hemopneumotórax à direita e lesão hepática de grau III com pequena quantidade de líquido subcapsular. Foi realizado drenagem de tórax à direita, com saída de 150mL de sangue, o mesmo oscilante. Diante dos resultados das imagens, como o paciente encontrava-se estável hemodinamicamente e sem sinais de irritação peritoneal, decidiu-se pelo TNO, com monitorização contínua e acompanhamento conjunto à equipe da cirurgia torácica. O paciente evoluiu sem complicações, recendo alta no dia 19 de janeiro. Conclusão: Quando do trauma hepático, é vital a correta avaliação do estado do paciente, com uso do FAST, TC para estadiamento da lesão hepática e avaliação hemodinâmica, para se tomar a melhor conduta. É consagrado pela literatura o TNO em trauma contuso de fígado e, quando presentes as condições adequadas, vimos que, mesmo em traumas perfurantes essa conduta pode trazer benefícios ao paciente, tendo em vista as complicações relacionadas à cirurgia.

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Publicado

2018-11-28

Como Citar

1.
Rodrigues JM da S, Custódio CG, Rodrigues NA, Machado DR, Oliveira LFD de, Pessoa HA, Boralli R, Vertematti V. Tratamento não operatório em trauma hepático perfurante. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 28º de novembro de 2018 [citado 21º de dezembro de 2024];19(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/40299