Apresentação clínica de leucemia linfocítica crônica
Palavras-chave:
leucemia linfocítica crônica, mieloma múltiplo, plasmocitoma, lesão expansiva intracraniana.Resumo
INTRODUÇÃO: A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é uma neoplasia de células B devido à expressão anômala de antígenos CD5 e CD19, que envolve o sangue periférico e tecidos linfáticos. Apresenta quadro clínico heterógeno, sendo a maioria dos pacientes assintomática, diagnosticada através de achados laboratoriais de linfocitose no hemograma e na imunofenotipagem, responsável pela identificação de marcadores anômalos das células linfoides. O tratamento depende de estadiamento e sintomatologia, podendo incluir quimioterapia em estágios avançados. O Mieloma Múltiplo (MM) relaciona-se à proliferação monoclonal de plasmócitos, que origina plasmocitomas. Resulta na liberação de imunoglobulinas monoclonais na urina (proteína de Bence Jones), podendo evoluir para insuficiência renal. As doenças onco-hematológicas possuem amplo e heterógeno quadro clínico, sendo necessário recorrer a exames laboratoriais para obter diagnóstico. RELATO DE CASO: Paciente de 58 anos, sexo masculino, internado após traumatismo crânio encefálico leve, com abaulamento posterior em região parietal direita. Durante a internação, foi ressecada lesão expansiva intracraniana com infiltração óssea e expansão extracraniana. Também foi observado linfocitose e manchas de Grumprecht, sendo assim encaminhado para o ambulatório de hematologia, com diagnóstico diferencial de mieloma múltiplo. No entanto, resultados de imunofenotipagem de sangue periférico apontam forte intensidade de CD45, com expressão de CD19, que corresponde à população de células linfoides anômalas, e compreende 61.6% do total celular, com marcadores CD5 e CD20 com fraca intensidade, achados compatíveis com LLC. Paciente foi submetido à radioterapia local, com dose total de 4500 cGy, no período de 14/03/20 a 12/05/20. Apresentou evolução com hipercalcemia e insuficiência renal, sendo necessária terapia de hemodiálise. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O quadro clínico inicial, com lesão expansiva cerebral, teve como hipótese diagnóstica plasmocitoma solitário, levantando suspeita de MM. A evolução do paciente para hipercalcemia e insuficiência renal também seria compatível com a hipótese. Porém, o resultado de proteína de Bence Jones com ausência de significado positivo para MM, e a imunofenotipagem com achados de marcadores positivos de CD5 e forte expressão de CD19, confirmou LLC, possibilitando realização de tratamento e acompanhamento adequado.Downloads
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