Tendências e diferenciais na ocorrência de cesarianas no Estado de Santa Catarina a partir dos Grupos de Robson
análise de 581.269 nascimentos
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2022v24i1/4a8Palavras-chave:
cesárea, gravidez, parto, saúde materno-infantilResumo
Objetivo: Estudar a ocorrência e identificar tendências na distribuição das cesarianas ocorridas no Estado de Santa Catarina de acordo com os grupos de classificação de Robson, entre 2014 e 2019. Método: Estudo transversal que incluiu todos os registros de microdados de partos e nascimentos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde no período supracitado. Foram realizadas análises de tendência temporal da ocorrência de cesarianas em cada um dos 10 grupos de Robson e suas respectivas taxas e contribuições. Essas foram ainda analisadas quanto a distribuição entre as sete macrorregiões de saúde do estado. Resultados: A taxa geral de cesariana foi de 58,3% (IC95%: 58,1; 58,4), variando de 60,5% em 2014 a 57,4% em 2019. Teve destaque a macrorregião da Grande Oeste com a maior taxa geral de cesariana (67,9%). O grupo 5 (mulheres com cesariana prévia) e o grupo 2 (nulíparas com cesariana eletiva) apresentaram as maiores taxas individuais e contribuições para a taxa geral de cesariana. Enquanto o grupo 5 demonstrou tendência ascendente, o grupo 2 reduziu sua contribuição na taxa geral de cesariana no período. Conclusão: Observou-se redução discreta na ocorrência das cesarianas ao longo dos anos. Mulheres dos grupos 2 e 5 representam os principais grupos-alvo para intervenções visando a redução de cesarianas desnecessárias no Estado.
Downloads
Metrics
Referências
Nakamura-Pereira M, do Carmo Leal M, Esteves-Pereira AP, Domingues RMSM, Torres JA, Dias MAB, et al. Use of Robson classification to assess cesarean section rate in Brazil: the role of source of payment for childbirth. Reprod Health. 2016;13(Suppl 3):128. doi: 10.1186/s12978-016-0228-7.
World Health Organization. WHO Statement on caesarean section rates [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2015 [acesso em 31 mar. 2023]. Disponível em: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/161442/WHO_RHR_15.02_eng.pdf?sequence=1.
Nagahama EEI, Santiago SM. Parto humanizado e tipo de parto: avaliação da assistência oferecida pelo Sistema Único de Saúde em uma cidade do sul do Brasil. Rev Bras Saude Mater Infant. 2011;11:415–25. doi: 10.1590/S1519-38292011000400008.
Blustein J, Liu J. Time to consider the risks of caesarean delivery for long term child health. BMJ. 2015:350:h2410. doi: 10.1136/bmj.h2410.
Vogel JP, Betrán AP, Vindevoghel N, Souza JP, Torloni MR, Zhang J, et al. Use of the Robson classification to assess caesarean section trends in 21 countries: a secondary analysis of two WHO multicountry surveys. Lancet Glob Health. 2015;3(5):e260-70. doi: 10.1016/S2214-109X(15)70094-X.
Silva LF, Neto CM. Estudo da incidência de cesáreas de acordo com a Classificação de Robson em uma maternidade pública. Femina. 2020;48(2):114-21.
Knobel R, Lopes TJP, Menezes MO, Andreucci CB, Gieburowski JT, Takemoto MLS. Cesarean-section rates in Brazil from 2014 to 2016: cross-sectional analysis using the Robson classification. Rev Bras Ginecol Obstet. 2020;42:522–8. doi: 10.1055/s-0040-1712134.
Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Nascidos vivos - Brasil. Nascimentos por residência da mãe segundo tipo de parto e ano do nascimento [Internet]. 2019 [acesso em 9 ab. 2019]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def.
Robson MS. Can we reduce the caesarean section rate? Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2001;15(1):179-94. doi: 10.1053/beog.2000.0156.
Torres JA, Domingues RMSM, Sandall J, Hartz Z, Gama SGN, Filha MMT, et al. Cesariana e resultados neonatais em hospitais privados no Brasil: estudo comparativo de dois diferentes modelos de atenção perinatal. Cad Saúde Pública. 2014;30:S220–31. doi: 10.1590/0102-311X00129813.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução Normativa nº 368, de 6 de janeiro de 2015 [Internet]. [acesso em 14 mar. 2023]. Disponível em: http://www.ahseb.com.br/wp-content/uploads/2015/05/ RN_N%C2%BA368.pdf.
Betran AP, Torloni MR, Zhang J, Ye J, Mikolajczyk R, Deneux-Tharaux C, et al. What is the optimal rate of caesarean section at population level? A systematic review of ecologic studies. Reprod Health. 2015;21:12:57. doi: 10.1186/s12978-015-0043-6.
Santos CS, Souza JSD, Campos ALD, Hartwig SV. Perfil materno, gestacional e classificação de Robson por tipo de parto ocorridos em Cáceres-MT. RSD. 2022;11(1):e8111124663. doi: 10.33448/rsd-v11i1.24663.
Oliveira RR, Melo EC, Novaes ES, Ferracioli PLRV, Mathias TAF. Factors associated to Caesarean delivery in public and private health care systems. Rev Esc Enferm USP. 2016;50:733–40. doi: 10.1590/S0080-623420160000600004.
Bicalho MLC, Araújo FG, Andrade GND, Martins EF, Felisbino-Mendes MS. Trends in fertility rates, proportion of antenatal consultations and caesarean sections among Brazilian adolescents. Rev Bras Enferm. 2021;74(suppl 4):e20200884. doi: 10.1590/0034-7167-2020-0884.
Boing AF, Lacerda JT, Boing AC, Calvo MCM, Saraiva S, Tomasi YT, et al. Métodos e aspectos operacionais de um estudo epidemiológico e de avaliação da Rede Cegonha. Rev Bras Epidemiol. 2021;24:e210010. doi: 10.1590/1980-549720210010.
Nunes GZ, Penha KTV. Cesariana: uma escolha da mulher [trabalho de conclusão de curso na Internet]. 2020 [acesso em 30 abr. 2023]; Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/4919.
Ferreira EC, Pacagnella RC, Costa ML, Cecatti JG. The Robson ten-group classification system for appraising deliveries at a tertiary referral hospital in Brazil. Int J Gynaecol Obstet. 2015;129(3):236-9. doi: 10.1016/j.ijgo.2014.11.026.
Bolognani CV, Reis LBSM, Dias A, Calderon IMP. Robson 10-groups classification system to access C-section in two public hospitals of the Federal District/Brazil. PLoS One. 2018;13(2):e0192997. doi: 10.1371/journal.pone.0192997.
Domingues RMSM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M, Torres JA, d’Orsi E, Pereira APE, et al. Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Cad Saúde Pública. 2014;30(suppl 1):S101–16. doi: 10.1590/0102-311X00105113.
Al-Zirqi I, Stray-Pedersen B, Forsén L, Daltveit AK, Vangen S. Uterine rupture: trends over 40 years. BJOG. 2016;123(5):780-7. doi: 10.1111/1471-0528.13394.
Weimar CHE, Lim AC, Bots ML, Bruinse HW, Kwee A. Risk factors for uterine rupture during a vaginal birth after one previous caesarean section: a case–control study. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2010;151(1):41-5. doi: 10.1016/j.ejogrb.2010.03.023.
Vääräsmäki M, Raudaskoski T. Pregnancy and delivery after a cesarean section. Duodecim. 2017;133(4):345–52.
Carlotto K, Marmitt LP, Cesar JA. On-demand cesarean section: assessing trends and socioeconomic disparities. Rev Saúde Pública. 2020;54:01. doi: 10.11606/S1518-8787.2019053001466.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores no momento da submissão transferem os direitos autorais, assim, os manuscritos publicados passam a ser propriedade da revista.
O conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons 4.0, esta licença permite o livre acesso imediato ao trabalho e que qualquer usuário leia, baixe, copie, distribua, imprima, pesquise ou vincule aos textos completos dos artigos, rastreando-os para indexação, passá-los como dados para o software, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal.