Torneiras e teclados como importantes reservatórios para bacilos Gram-negativos em um hospital regional do Nordeste do Brasil

Autores

  • Letícia Barbosa Lima Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Departamento de Ciências da Saúde
  • André Alves da Silva Freitas Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Departamento de Ciências da Saúde
  • Francisco Vitor Aires Nunes Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Departamento de Ciências da Saúde
  • Gabriela Marta da Silva Regis Universidade Potiguar. Curso de Biomedicina
  • Marcileide Almeida Amaral Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Departamento de Biociências
  • Kalidyjamayra Oliveira Reis de Freitas Hospital Regional Tarcísio Maia. Núcleo de Vigilância Epidemiológica
  • Francisco Marlon Carneiro Feijó Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Centro de Ciências Agrárias
  • Caio Augusto Martins Aires Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Departamento de Ciências da Saúde

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2024v26a23

Palavras-chave:

Equipamentos e Provisões Hospitalares, Desinfecção, Controle de Infecções, Bactérias Gram-Negativas

Resumo

As infecções relacionadas à assistência à saúde representam um grande problema de saúde pública em todo o mundo, e os principais agentes etiológicos associados a essas infecções são microrganismos também encontrados em superfícies hospitalares inanimadas. Desse modo, compreender a dinâmica de contaminação bacteriana das superfícies hospitalares é essencial para os profissionais que atuam nesses serviços. Objetivo: avaliar a contaminação de superfícies inanimadas por bacilos Gram-negativos (BGN) em um Hospital Regional do Nordeste do Brasil. Métodos: trata-se de um estudo observacional e transversal. As amostras foram coletadas em diferentes alas do hospital através de swab estéril embebido em solução salina. Foram semeadas em ágar MacConkey e incubadas a 36° C por 48 horas. Os isolados bacterianos foram contados e identificados pelo método de coloração de Gram, ágar TSI e teste de oxidase. Resultados: das 150 amostras coletadas, 71 não apresentaram crescimento microbiológico, 11 apresentaram crescimento de fungos filamentosos e 66 apresentaram crescimento de Unidades Formadoras de Colônias (UFC). Foram identificadas 132 colônias morfologicamente distintas, sendo 55 identificadas como leveduras e 77 como BGN. Na avaliação das alas hospitalares, o Pronto Socorro Adulto e a Clínica Ortopédica apresentaram maior crescimento de BGN. Quanto às superfícies estudadas, as que apresentaram maior contaminação foram torneiras, teclados de computador, colchões e camas. Conclusões: as áreas hospitalares com maior fluxo de pessoas são as mais contaminadas; a contaminação ocorre, sobretudo, em objetos com alta frequência de manipulação. Nesse sentido, é necessário focar na desinfecção dessas superfícies para quebrar a cadeia de transmissão desses agentes etiológicos.

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Publicado

2024-11-13

Como Citar

1.
Lima LB, Freitas AA da S, Nunes FVA, Regis GM da S, Amaral MA, Freitas KOR de, Feijó FMC, Aires CAM. Torneiras e teclados como importantes reservatórios para bacilos Gram-negativos em um hospital regional do Nordeste do Brasil. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 13º de novembro de 2024 [citado 19º de novembro de 2024];26(Fluxo contínuo):e65617. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/65617

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