Modernismos e resistências à modernização

Mademoiselle Cinema, o pensamento conservador e a modernidade possível ao sul do capitalismo.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-6672.2022v15i44p42-59

Palavras-chave:

literatura brasileira, modernismo brasileiro, romance, pensamento conservador

Resumo

Construo o presente artigo com o propósito de esboçar uma resposta, através do romance Mademoiselle Cinema: novella de costumes do momento que passa (1922) de Benjamim Costallat, à indagação deste Dossiê. Qual seja, “que reflexões e avaliações sobre os projetos e utopias de Brasil podem ser feitas a partir do pensamento político, social e estético brasileiro, instilados por estes eventos históricos e na atual encruzilhada em que o país se encontra?” Pretendo desenvolver meus argumentos por meio da análise sociológica da forma do romance. Isto é, enquanto chave de acesso à reflexão de determinados grupos sobre os processos sociais em compasso ao “próprio modo como classes diferentes, com pontos de vistas diferentes, confluem em uma situação histórica concreta” (WAIZBORT, 2007, p.67). Neste percurso argumentativo, procurarei observar em quais sentidos se realizaram as condições intelectuais para o desenvolvimento de uma crítica conservadora à modernização brasileira republicana, expressa neste romance enquanto um objeto heurístico da reflexão. E, sobretudo, como ele deu suporte aos próprios processos sociais em meio aos dinamismos culturais que tiveram em 1922 seu catalisador simbólico.

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Biografia do Autor

Pedro de Castro Picelli, Unicamp

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas e licenciado pela mesma instituição. Possui mestrado em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas e desenvolve pesquisas nas áreas de Teoria Social, tendo como temas principais: Pensamento Social Brasileiro, Sociologia da Literatura e produção social das diferenças e diversidades. É doutorando em Sociologia na UNICAMP.

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Publicado

2022-10-28