Abolição e Racismo nas imagens de Angelo Agostini

projetos de desenvolvimento e destino dos negros pós-abolição nas páginas da imprensa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-6672.2024v17i49p6-28

Palavras-chave:

Abolição – imprensa – caricatura – racismo - branqueamento

Resumo

A campanha abolicionista (1870-1888) foi pautada por intensa disputa política nos principais centros urbanos do Brasil, com forte participação da imprensa. Mesmo tendo alcance limitado por seu caráter artesanal e pela elevada taxa de analfabetismo registrada no Censo de 1872, surgiram variadas publicações voltadas para a causa, que galvanizou a opinião pública e os próprios escravos. O presente trabalho volta-se para o papel da imprensa ilustrada e para seu mais destacado autor, o caricaturista ítalo-brasileiro Angelo Agostini (1843-1910). Passado o 13 de maio de 1888, o autor, além de outros abolicionistas,  revelam-se racistas e preconceituosos em relação aos negros. Para entender o aparente paradoxo, é preciso mergulhar no que foi o abolicionismo branco, nas causas objetivas da libertação, nas formulações sobre branqueamento e na situação do negro após a Abolição

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Biografia do Autor

Gilberto Maringoni, UFABC

GILBERTO MARINGONI DE OLIVEIRA é professor associado II do Bacharelado de Relações Internacionais e membro do corpo docente dos Programas de pós-graduação em Ciências Humanas e Sociais (PCHS) e de Economia Política Mundial (EPM) da Universidade Federal do ABC (UFABC). É também doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (2006), graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1986) e jornalista. Tem experiência na área de História, com ênfase em América Latina contemporânea, História da imprensa e História do Brasil Império. Tem estudos focados nos temas: relações internacionais, modelos de desenvolvimento e comunicações. É autor e ou organizador de 16 livros, entre eles A volta do Estado planejador - Neoliberalismo em xeque (Editora Contracorrente), A Venezuela que se inventa - poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez (Editora Fundação Perseu Abramo, 2004), A revolução venezuelana (Editora Unesp, 2009), Angelo Agostini, A imprensa ilustrada da Corte à Capital Federal, 1864-1910 (Devir, 2011) - finalista do Prêmio Jabuti 2012, da Câmara Brasileira do Livro, categoria biografia -, Direitos humanos, imagens do Brasil (Aori, 2010) e A imagem e o gesto - Fotobiografia de Carlos Marighella (finalista do prêmio Jabuti 2000, da Câmara Brasileira do Livro). Foi bolsista do Programa Nacional de Pesquisas Econômicas (PNPE) no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2008 e 2011, e editor da revista Desafios do Desenvolvimento, da mesma instituição, entre 2011-2012 e 2015-2016. É coordenador do Observatório de Política Externa Brasileira (OPEB-UFABC)

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Publicado

2024-08-30