O ensino primário no Estado Novo português
Palavras-chave:
Salazar, Escola, Estado Novo, Nacionalismo, DitaduraResumo
Vamos tentar descortinar é até que ponto a escola do Estado Novo foi ou não uma escola de sucesso e em que meios fundou o seu percurso. Se tivesse interessado a Salazar instruir a população, tê-lo-ia conseguido de uma forma mais cabal. O fim da Ditadura mostrou as fragilidades não apenas do ensino primário literal, mas, essencialmente, o nível muito fraco do domínio funcional da escrita e da leitura. Perceber que a ignorância se cultivou porque interessava ao regime coloca-nos numa situação de desconforto face aos nossos concidadãos que foram arredados da informação. É que a escola do Estado Novo serviu, essencialmente, como veículo de inculcação de valores, o que ainda perdura no imaginário colectivo e na memória de quem a frequentou. A existência do livro único e o conteúdo dos textos mostram os objectivos que o poder tinha em mente: fingir que instruía sem instruir, valorizar conceitos como história, Nação e Nacionalismo e até mesmo a promoção de algum culto a personalidades históricas com perfil heróico. É o caso da sobrevalorização de D. Afonso Henriques, por exemplo. O poder pretendia, igualmente, a transmissão de valores cívicos que deveriam caracterizar o “Homem Novo” do Novo Estado. Esses valores fundiam-se, muitas vezes, com a moral da Igreja Católica: obediência, honestidade, respeito pelos superiores. Desta forma, um tipo de poder (Estado Novo) que se impõe para resolver os problemas herdados da Primeira República (bancarrota e instabilidade política), alicerça-se em princípios que sobreviverão ao seu próprio criador – Salazar.Downloads
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