A Dinâmica Intersubjetiva da Validade: linguagem, epistemologia e reconhecimento

Resumo

O objetivo deste trabalho é contribuir ao embasamento da tese de que Hegel desenvolve, em diversos momentos de sua reflexão filosófica, discussões relevantes acerca da dimensão intersubjetiva das pretensões de validade (1). Primeiramente, tomando como ponto de partida a absorção por Hegel da crítica de Kant ao empirismo e a forte influência exercida pelo Sofista de Platão sobre aspectos centrais do pensamento hegeliano, gostaria de caracterizar o programa filosófico de Hegel em forte conexão com o problema filosófico da linguagem, a fim de poder, a partir disso, especificar tanto o lugar decisivo ocupado por Hegel na história da filosofia teórica com respeito à relação entre objetividade e a intersubjetividade, quanto também delinear as principais direções pelas quais a filosofia contemporânea retoma as contribuições de Hegel (2). Em seguida, tomando as interpretações de Habermas, Pinkard e Brandom como ponto de apoio, gostaria de compreender algumas inflexões da Fenomenologia do Espírito e da Filosofia do Espírito de Jena no sentido de justificar a tese de que Hegel tematiza, com a “dialética do reconhecimento” em sua estruturação linguística, uma dinâmica recíproca e intersubjetiva das pretensões de validade normativa e cognitiva (3). Finalmente, concluo a discussão mostrando como a interpretação de Hegel aqui fornecida pode ser percebida enquanto estruturando desenvolvimentos na filosofia da linguagem (4).