UM OLHAR PRAGMATISTA SOBRE AS IDEIAS FILOSÓFICAS DE SCHRÖDINGER

Autores

  • Caroline Elisa Murr Universidade Federal de Santa Catarina/ UFSC

Palavras-chave:

Schrödinger. Filosofia da Ciência. Pragmatismo. Distinção sujeito/objeto.

Resumo

A rejeição de dualismos, como sujeito/objeto e teorias/fatos, está presente principalmente nos últimos textos de Erwin Schrödinger. Ele dá a entender também nesses textos que o que é considerado real é tudo aquilo que nos faz agir de determinada forma. Este artigo é parte de um projeto em fase inicial de desenvolvimento, que se propõe a estabelecer esses e outros pontos de contato entre a filosofia pragmatista e as idéias de Schrödinger. Segundo Yemima Ben-Menahem, seria difícil rotular a posição filosófica deste renomado físico, mas parece adequado, para ela, dizer que se trata de uma “filosofia com uma face humana”. Defendemos que, para Schrödinger, a ciência constrói seu próprio objeto de estudo e, além disso, a própria realidade dos objetos cotidianos é um construto, estabelecido em uma experiência de inter-relação entre a ‘mente’ ou o ‘sujeito’ e o ‘mundo’. Em “Mind and Matter”, publicado em 1958, Schrödinger afirma que “sujeito e objeto são um só”, não havendo uma barreira entre um mundo que “existe” e outro que é percebido. A formação de “invariantes”, que nos fazem ver a realidade da mesma forma, começa ainda na tenra infância. O objeto do cientista carrega essa construção, mais a maneira como ele o concebe a partir de uma teoria de fundo. Neste artigo, comparamos as ideias de Schrödinger com as de John Dewey sobre a realidade, em “Philosophy and Civilization”, especialmente o capítulo “The Practical Character of Reality”.

Referências

BEN-MENAHEM, Yemima. 1992. “Struggling with realism: Schrödinger’s case”. In: BITBOL, Michel and DARRIGOL, Olivier. (eds.). Erwin Schrödinger. Philosophy and the Birth of Quantum Mechanics; pp. 25-40. Paris: Editions Frontières.
BITBOL, Michel. 1992. “Esquisses, Forme et Totalitée: Schrödinger et Le concept d’objet”. In: BITBOL, Michel and DARRIGOL, Olivier. (eds.). Erwin Schrödinger. Philosophy and the Birth of Quantum Mechanics; pp. 41-80. Paris: Editions Frontières.
_____________. 1995. “Introduction”. In: BITBOL, Michel (org.). The Interpretation of Quantum Mechanis: Dublin Seminars (1949-1955) and Other Unpublished Essays. Woodbridge: Ox Bow Press.
_____________. 1996. Schrödinger’s Philosophy of Quantum Mechanics. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers.
DEWEY, John. [1929] 2008. The Quest for Certainty. Carbondale: Southern Illinois University Press.
____________. [1931] 1963. Philosophy and Civilization. New York: Capricorn Books.
DUTRA, Luiz Henrique. 2008. Pragmática da Investigação Científica. São Paulo: Edições Loyola.
SCHRÖDINGER, Erwin. [1928] 1935. “Conceptual Models in Physics and their Philosophical Value”. In: Science and the Human Temperament, pp. 119-138. Tradução do alemão por: JOHNSTON, W. H. London: George Allen & Unwin Ltd.
___________________. [1954a] 1995. “The Part of the Human Mind”. In: BITBOL, Michel (ed.). The Interpretation of Quantum Mechanis: Dublin Seminars (1949-1955) and Other Unpublished Essays, pp. 141-149. Woodbridge: Ox Bow Press.
__________________. [1954b] 1996. “Nature and the Greeks”. In: Nature and the Greeks and Science and Humanism, pp. 3-99. Cambridge: Cambridge University Press.
___________________. [1956] 1992. “Mente e Matéria”. In: ‘O que é Vida? O Aspecto Físico da Célula Viva’ seguido de ‘Mente e Matéria’ e ‘Fragmentos Autobiográficos’, pp. 107-174. Tradução do inglês por Assis, J. P. e Assis, V. Y. K. P. Cambridge e São Paulo: Cambridge University Press e Editora Unesp.

Downloads

Publicado

2010-05-12

Edição

Seção

Artigos