SOBRE A GÊNESE DA ESTÉTICA PEIRCEANA: ESTUDOS SOBRE O IDEALISMO OBJETIVO EM UMA RELAÇÃO ENTRE SCHELLING E PEIRCE

Autores

  • Tiago da Costa e Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP Centro Universitário Senac São Paulo – Campus Santo Amaro

Palavras-chave:

Estética. Continuidade. Idealismo-Objetivo. Ciências Normativas. Filosofia da Arte. Admirável. Cosmologia.

Resumo

O presente artigo é um palimpsesto de uma idéia maior que compõe uma obra sobre estética advinda das pesquisas sobre um tipo de sistema filosófico que tem como característica principal o predicado de estar em consonância com uma forma de idealismo, assim como o de ter, também, a predicação de realista, ou de lógica objetiva. Assim são os sistemas de Charles Sanders Peirce e Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling. Ambos, embora em épocas e com preocupações distintas, acabaram legando sistemas nos quais é possível encontrar um tipo distinto de investigação científica sobre a arte. A estética, que houvera tomado forma como disciplina filosófica com Alexander Gottlieb Baumgarten, passa agora a ter um estatuto de ciência dentro de um sistema de conhecimento científico naturalmente derivado da contemplação da natureza, contemplação essa de origem eidética. O tema é rico em detalhes e, em muitos aspectos, dialogam com vertentes do idealismo-objetivo moderno, contemporâneo e também com matrizes platônicas e correntes neoplatônicas, a exemplo de Plotino e Proclo, e fazem parte ainda de um percurso que, ainda que tenhamos agora a idéia, para uma futura pesquisa nesse campo, com tal meta, telos, de modo bem delimitado - que é o de se estudar a consonância entre esses sistemas e o que dessa semelhança decorre - demorará ainda um bom tempo para que seja levada a bom termo. No entanto, o presente trabalho, que se situa no campo da estética de matriz idealista-objetiva, tem por objetivos principais: a) inquirir a natureza da contemplação e a natureza da origem do idealismo-objetivo que se anuncia numa experiência de contemplação genuína, ou, nas respectivas linguagens de Schelling e Peirce, em uma experiência de perder-se no infinito que está figurado no finito, ou de uma experiência de primeiridade; b) inquirir sobre o nascimento e crescimento natural a partir da fenomenologia e do conhecimento das relações implícitas nas categorias e nas ciências normativas – nomenclatura que Peirce dá às ciências teoréticas dos ideais; c) inquirir sobre a noção de continuidade que perfaz todas as concepções envolvidas nos processos de conhecimento e descoberta, assim também como de criação. A noção mesma de continuidade deverá aparecer de modo natural, como fio condutor – ou princípio condutor –, de modo que uma tal assunção pode trazer luz ao proposto estudo da estética.

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Publicado

2010-05-12

Edição

Seção

Artigos