Quine e Davidson sobre estímulos distais e proximais

Autores

  • Karen Giovana Videla da Cunha Naidon Universidade Federal de Santa Maria-RS

Palavras-chave:

Quine, Davidson, Estímulo Proximal, Estímulo Distal, Sentenças de Observação

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo proceder a uma breve reconstrução de um debate entre Quine e Davidson a respeito de onde deve ser situado, na cadeia causal mundo-falante, o elemento que fornece o conteúdo empírico de sentenças de observação. De acordo com Quine, que sustenta o que se pode chamar de “Concepção Proximal”, tal elemento estaria localizado na superfície sensorial do falante, ou seja, em posição próxima a este em referida cadeia causal (estímulo proximal); Davidson, por outro lado, critica a Concepção Proximal, alegando que a mesma conduziria, em última instância, ao ceticismo e à relativização da verdade, e sugere a Quine seu abandono em prol da Concepção Distal, por ele próprio sustentada, conforme a qual tal estímulo estaria situado nos próprios objetos e eventos sobre os quais falam as sentenças, isto é, em posição mais distante do falante (estímulo distal). A despeito da sugestão de Davidson, Quine insiste até o final de sua obra em não adotar oficialmente a Concepção Distal, introduzindo, contudo, algumas modificações em sua Concepção Proximal a fim de escapar às críticas procedidas por aquele autor. A partir da análise dos termos do debate, chega-se à conclusão de que, diante das críticas de Davidson, há que se reconhecer que a Concepção Proximal, pelo menos em sua formulação inicial, enfrenta dificuldades consideráveis. Não obstante, a sugestão feita por Davidson a Quine não pode ser considerada uma solução satisfatória para este autor, dados os propósitos filosóficos que possui.

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Publicado

2010-11-04

Edição

Seção

Artigos