O dualismo vestigial: os caminhos da mente estendida e engajamento material para a continuidade mente-matéria

Autores

  • Felipe Carvalho Novaes PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-8428.2020v17i1p92-101

Palavras-chave:

Engajamento Material. Mente Estendida. Enativismo. Representacionismo

Resumo

A teoria computacional da mente (ou representacionismo) é considerada uma alternativa ao dualismo cartesiano. No entanto, embora supere o aspecto ontológico do dualismo, o paradigma computacional mantém a estrutura explicativa do dualismo. Isto é, mantêm a separação entre cognição e corpo, interior e exterior, e o interacionismo entre cognição e matéria (corpo e ambiente). Isso parece nada mais do que uma releitura cognitivista do dualismo cartesiano, que promove a separação entre mente e corpo, e até o interacionismo entre mente e corpo por meio da glândula pineal. O objetivo do presente artigo é delinear esse problema do paradigma computacional e oferecer um antídoto. Para isso, são discutidas mais elaboradamente a tese da mente estendida e a teoria do engajamento material, em que a primeira rompe mais moderadamente e a segunda, mais radicalmente com a estrutura explicativa dualista. Essas abordagens são discutidas no contexto da influência da escrita na cognição, ou da inseparabilidade entre cognição e artefatos como a escrita. No final, ressalta-se a possibilidade de uma ciência cognitiva mais pragmatista como opção ao dualismo.

Biografia do Autor

Felipe Carvalho Novaes, PUC-Rio

Doutorando do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

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Publicado

2020-06-27

Edição

Seção

Artigos