Richard Rorty e a filosofia sem fundamentos
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-8428.2020v17i1p81-91Palavras-chave:
Richard Rorty. Filosofia sem Fundamentos. Antirrepresentacionismo.Resumo
O objetivo deste trabalho consiste em compreender a reflexão desenvolvida por Rorty acerca de uma filosofia sem fundamentos. A obra de Rorty foi caracterizada por muitos de seus estudiosos como tendo um eixo duplo de propósitos que combina: primeiro, uma tarefa crítica de rejeição a uma forma tradicional de reflexão filosófica e segundo, a construção de um conjunto de proposições voltado para o desenho de um novo projeto filosófico. Esse empreendimento é encarado por Rorty como uma maneira de levar às últimas consequências o projeto iluminista, através das rupturas inovadoras produzidas por seus "heróis" filosóficos particulares, uma galeria composta pelos pragmatistas norte-americanos clássicos como William James e John Dewey e por expoentes da filosofia europeia como Nietzsche, Wittgenstein e Heiddeger. O antifundacionismo de Rorty pode ser compreendido como motivos suficientes para propor uma reforma ou uma reconstrução da filosofia, uma vez que a filosofia tradicional tomou para si o papel de encontrar fundamentos últimos ou princípios primeiros tanto de caráter metafísico quanto epistemológico para dar a palavra final em todos os aspectos da cultura e da ação humana.