Razão pública e a abordagem pragmatista da pluralidade
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-8428.2020v17i2p303-313Palavras-chave:
Pragmatismo. Charles Sanders Peirce. Immanuel Kant. Chantal MouffeResumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre as noções de pluralismo e multiculturalismo à luz do conceito de razão pública na contemporaneidade. Considera os progressos kantianos condizentes aos seres humanos enquanto meio e fim do processo ordenado e ideal de estabelecimento da correção normativa ética pela mediação racional a fim de propor, de modo central, a partir de Charles S. Peirce e Chantal Mouffe, por um lado, veredas de renovação da relação lógica entre o ideal e o empírico, de modo a não reclamar para a ética a condição de fundamento último, considerado o falibilismo peirciano, bem como a contingencialidade dos discursos, pressupondo, assim, uma permanente relação semiótica em processo de aceitabilidade racional; e, por outro lado, a negação de formas estritas de universalidade, propondo a dessacralização do consenso baseada numa apologia do retorno às batalhas hegemônicas, resguardados os riscos dogmáticos inerentes a um nominalismo carente de uma epistemologia falibilista.