Arquitetura e linguagem. Semiótica. Pragmatismo. Charles. S. Peirce
Resumo
Este artigo propõe pensar a arquitetura no âmbito da linguagem e da revisão crítica dos conceitos e hábitos de conduta com base nos quais se dá a experiência dos arquitetos, o que deverá se valer do diálogo entre as instâncias da ideação e da prática, do projeto e da edificação, do uso programado e do efetivamente praticado. Considera-se que os conceitos que orientam a prática do projeto e demais experiências com a arquitetura equivalem a hábitos de conduta, alguns dos quais motivam nossas ações de modo aparentemente natural, embora determinados historicamente; e que, como tais, são passíveis de crítica e devem ser continuamente revistos e ajustados à nossa experiência com a linguagem. Para isso, deve-se aceitar o convite da experiência para colaborar com processo de revisão das ideias na arquitetura e influenciar sua dinâmica. Este é um passo que exige deliberadamente assumir um ideal crítico, dispondo-se ao diálogo com os signos e respeitando sua alteridade. O artigo aborda inicialmente o Idealismo Objetivo que, na filosofia peirciana, nos habilita falar da conaturalidade eidética entre pensamento e ação; em seguida, introduz o critério de significação pragmática dos conceitos e, por fim, desenvolve considerações sobre a semiótica e o processo de revisão crítica das ideias.
Biografia do Autor
Eluiza Bortolotto Ghizzi, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Graduada em Arquitetura e Urbanismo, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professora do quadro permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens da UFMS.