Pragmatismo e Psicologia Científica

Autores

  • Renato Rodrigues Kinouchi Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Pragmatismo, Filosofia da Ciência, História da Psicologia, Charles S. Peirce, William James

Resumo

Considerando a série de ensaios Illustrations of the Logic of Science, de C. S. Peirce, fica bem evidente que o pragmatismo possui uma notável relação com a filosofia da ciência. Com efeito, nesses seis ensaios Peirce discorre tanto acerca dos aspectos sociológicos da investigação científica como também sobre os aspectos estritamente lógicos da produção da ciência. Tal um cientismo pragmático, todavia, é as vezes um tanto relegado. Aparentemente isso acontece porque o mais antigo e popular divulgador do pragmatismo, William James, em larga medida reinterpretou aquelas seminais idéias de seu amigo Peirce. Em seu livro Pragmatism, James deu maior notoriedade a assuntos mais existenciais — por exemplo, a questão das crenças religiosas — deslocando o debate para um outro terreno. Entretanto, o que se pretende mostar nesta apresentação é que James não foi, na verdade, um detrator da ciência. O problema é que para encontrar o pragmatismo científico dele, as melhores fontes bibliográficas são seus livros de psicologia — particularmente, The Principles of Psychology e o Psychology: Briefer Course. Essas obras incluem muitos temas tradicionais do pragmatismo, tais como: pluralismo metodológico, conseqüências práticas do conhecimento científico, anti-fundacionismo, etc. Ou seja, durante a primeira metade de sua carreira, quando se dedicava a fazer psicologia de maneira científica, James já era um pragmatista, embora de uma forma, por assim dizer, sub-reptícia.

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