O Indeterminado e a Categoria do Provável: uma leitura dos milagres nos pensamentos de Blaise Pascal

Autores

  • Imaculada Conceição Manhães Marins Arte-educadora – SME-RJ

Palavras-chave:

Blaise Pascal, Milagres, Probabilidade, Razão, Conhecimento, Fé

Resumo

Pascal não procura explicar a fé pela ciência, ao contrário. Fé religiosa e conhecimento científico pertencem a diferentes esferas do conhecimento humano (“ordens”). Porém, os “milagres” podem ser lidos sob dois pontos de vista: sob uma perspectiva religiosa (“ordem da caridade”) e uma científica (“ordem da razão”). Sob a perspectiva (ordem) da razão, os ditos “milagres” são acontecimentos tão pouco comuns (“extraordinários”), fugindo a todas as leis racionais/naturais, que nos parecem “impossíveis” (uma não-verdade, não-realidade). É o “hábito” que nos faz creditar na “necessidade” das leis naturais. No entanto, o que assegura a “necessidade” de uma lei é apenas seu alto grau de probabilidade. Assim, se por um lado, os “milagres” nos enviam aos limites da razão (e aos domínios da fé religiosa), por outro, nos abrem uma nova concepção de razão: há uma razão do provável, do contingente, do indeterminado...

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