Corporificação e Mediação: em prol de uma filosofia da comunicação mais robusta
Palavras-chave:
Filosofia da Comunicação, Signo, Transparência, Mediação, CorporificaçãoResumo
A idéia filosófica da comunicação percorreu dramaticamente todas as eras entre a Cila de um princípio de telepatia – i.e., o ideal de uma transmissão direta, não-mediada do pensamento de mente para mente – e o Caríbdis do solipsismo. Apesar de Peirce jamais ter dado atenção a “o problema da comunicação” como tal, ele certamente estava preocupado por tal idéia desafiadora, pelo menos de um modo que pudesse ser argumentativamente subsumido sob o problema muito mais intricado da mediação. Não obstante, a definição tardia que Peirce deu do signo como “meio que comunica formas” tem a ver precisamente com uma tensão um tanto problemática entre um ideal de transparência semiótica e a necessidade de expressão concreta. Neste trabalho, o autor leva em consideração algumas discussões anteriores em literatura secundária concernentes ao desafio da transparência semiótica. Será então argumentado que a definição madura que Peirce deu de signo como sendo um meio genuíno é, em grande medida, tencionada a elucidar os enigmas tanto da telepatia como da corporificação. Neste sentido, se defenderá que o signo, longe de ser um veículo translúcido para a transmissão de formas puras, é um terceiro genuíno que tem um papel fundamental transformador ao permitir o crescimento e desenvolvimento na continuidade da experiência. Finalmente, algumas conseqüências serão tiradas para poder construir uma robusta filosofia da comunicação, na qual os abismos tanto do idealismo semiótico quanto do solipsismo possam ser ultrapassados sem diminuir os imperativos do indeterminismo e da corporificação física.Downloads
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