Formas do Signo e Formas do Ser: a Ontologia Faneroscópica e Sinequista de C. S. Peirce

Autores

  • Roberto Quaggia Università degli Studi, Milão, Itália

Palavras-chave:

Ontologia sinequista, Metafísica, Faneroscopia, Pragmática do Ser, Realidade

Resumo

Após a introdução da fenomenologia como Alta Filosofia, vemos uma virada no pensamento de Peirce, uma renovação dos temas metafísicos já desenvolvidos logo nos primeiros ensaios, abandonados por ele por alguns anos, em favor de reflexões lógicas estritamente formais. Na verdade, através de um olhar observador da realidade, finalmente traduzida em uma teoria das formas universais da experiência, a filosofia pode elaborar uma teoria ontológica de natureza mais aprimorada do que aquela originalmente proposta nos escritos anticartesianos e pragmatistas. A nova categoriologia desenvolvida no seio da faneroscopia, ratifica uma ontologia de caráter semiótico enraizada nos processos cognitivos pré-simbólicos e pré-racionais: anteriormente a uma “simbólica do ser”, podemos ver o desenvolvimento de uma ontologia a partir das premissas semiósicas do conhecimento. Isto, então, está sujeito a uma leitura pragmática, ou seja, como uma “pragmática do ser”, onde a práxis traça o perfil ontológico da realidade e, assim, ratifica o encontro com o signo-logos. No entrelaçamento semiótico complexo entre interpretantes e objetos semiósicos, o pragmatismo ressurge como uma ontologia da práxis que, assim, constitui a conquista de uma teoria semiótica do ser, sustentada por uma metafísica de um possível de sabor aristotélico, onde o real primeiramente se oferece nas premissas semiósicas da atividade cognitiva, ícones e índices – o continuum ontológico como possibilidade pura de significância que conduz toda a cadeia de signos à verdade. Além de cada forma de idealismo, o conceito de realidade não está mais limitado apenas à operatividade da Terceiridade, mas sim a todas as três formas de experiência enumeradas pela faneroscopia. A realidade, então, surge como o produto de uma dialética categorial de natureza triádica, da qual o signo representa o ponto superior do crescimento. Esta dialética, por outro lado, ilumina a relação misteriosa – evidente nos escritos Peirceanos – entre pragmatismo como máxima lógica e metodológica e sinequismo. Na realidade, o sinequismo admite uma convergência de signo e ser, que podemos reconhecer na essência filosófica e estritamente metafísica da lógica do pragmatismo.

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