Um novo uso para uma velha teoria: Chauncey Wright, entre o Darwinismo e o Pragmatismo

Resumo

A proposta de S. J. Gould de distinguir entre “adaptações” e “exaptações”, implicando a possibilidade permanentemente aberta de que a estrutura ou faculdade seja co-optada mais tarde para uso diverso, é atualmente uma das mais interessantes propostas para superar complicações advindas da perspectiva “adaptacionista” da teoria da seleção natural. Poucos estudiosos modernos sabem que na década de 1870, Chauncey Wright, o “mestre” do Pragmatismo norte-americano no Metaphysical Club, elaborou uma interpretação original da teoria evolucionista centrada neste conceito “gouldiano”, principalmente para fornecer uma nova abordagem à questão de como a mente humana se originou. Esta perspectiva, combinada por Wright com uma nova filosofia dos “Usos” e “Signos”, que já se mostrou uma tendência rumo ao pensamento pragmatista, é atualmente um dos caminhos mais promissores para se repensar profundamente a questão da origem da assim chamada “natureza humana”.