A relevância da estrutura sígnica das palavras para o pensamento

Autores

  • Isabel Jungk Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Palavras-chave:

Semiótica peirceana. Signos lingüísticos. Pensamento. Clareza. Pragmatismo. Pragmaticismo.

Resumo

Concebido como método para determinar o significado de palavras, termos e conceitos filosóficos, o pragmatismo de C.S.Peirce busca a clareza terminológica necessária ao pensamento científico, que se apresenta em três graus conforme os três substratos lógicos universais, as categorias fenomenológicas. As categorias são o fundamento de sua lógica ternária e, apesar de gerais e abstratas, ganham força em relações de interdependência que, na Semiótica, dão origem às diversas classes de signos. Como as categorias são onipresentes, um mesmo signo pode exibir uma pluralidade de faces simultaneamente. A contribuição de Peirce para a compreensão dos processos sígnicos é ímpar. Com relação à forma como o pensamento se processa, este se dá por meio de signos ligados às três categorias, que são, na maioria, da mesma estrutura geral das palavras. No entanto, raramente pensamos neles como signos, pois fazê-lo é um segundo passo no uso da linguagem. As palavras se apresentam então como os tipos sígnicos fundamentais utilizados pelo pensamento e a importância de analisá-las está na possibilidade de revelar nuances de significação dos signos linguísticos que podem auxiliar a clareza de pensamento. Assim, o presente artigo objetiva: 1) mostrar o motivo e maneira pelos quais o pensamento faz uso de signos ligados às três categorias; 2) analisar as potencialidades sígnicas das palavras dentro do quadro teórico da semiótica peirceana, demonstrando sua capacidade de manifestar-se iconicamente, indicialmente e simbolicamente; 3) estabelecer a importância dessas distinções para o aumento da clareza terminológica, especialmente no que tange ao segundo grau de clareza.

Biografia do Autor

Isabel Jungk, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Mestre em Comunicação e Semiótica PUC/SP; Especialista em Semiótica Psicanalítica PUC/SP.

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Publicado

2012-06-16

Edição

Seção

Artigos