O Significado de Primeiridade em Schelling, Schopenhauer e Peirce

Autores

  • Ivo Assad Ibri Centro de Estudos de Pragmatismo Programa de Estudos Pós-Graduados em Filosofia da PUC-SP

Palavras-chave:

Primeiridade, Liberdade, Contemplação, Acaso, Determinismo, Absoluto.

Resumo

Malgrado o conceito de primeiridade tenha sido concebido por C. S. Peirce (1839-1914), suas raízes já estavam presentes no passado da história da filosofia. Particularmente, Schelling e Schopenhauer foram pensadores que trabalharam esse conceito, cada um deles dentro do contexto de seus próprios problemas filosóficos. Peirce é, confessadamente, um herdeiro de Schelling – seu conceito de primeiridade, a par de outras heranças shellinguianas encontráveis em seu pensamento, é, de algum modo, inspirada no pensador alemão. Todavia, quando consideramos Schopenhauer, a primeiridade aparece exclusivamente como uma experiência de contemplação, a qual é, para Peirce, apenas uma dimensão da experiência humana interior sob essa categoria. De fato, a concepção de Peirce vai adiante, estendendo-se e espraiando-se para o mundo externo, sob a forma geral do Acaso, enquanto Schopenhauer mantém o determinismo kantiano, concebendo a Natureza sob estrita causalidade e necessidade. O presente trabalho tenta mostrar, então, as similaridades e diferenças entre esses autores quanto ao conceito de primeiridade, o qual, na realidade, tem seu território teórico comum no velho conceito clássico de liberdade, enfatizando-se, não obstante, sua extrema importância para os três sistemas filosóficos.