Sobre uma Teoria Pragmática da Significação e do Conhecimento

Autores

  • Risto Hilpinen

Palavras-chave:

Ação, Investigação, Conhecimento, Significação, Peirce, Pragmatismo, Preceito

Resumo

Segundo C. S. Peirce, há dois modos de explicar o que um signo (uma expressão ou um conceito) significa, a saber, uma definição e um preceito. Um preceito diz aos intérpretes de um signo o que o signo significa, prescrevendo o que eles devem fazer para encontrar ou inteirar-se de um objeto do signo. Um preceito para um conceito especifica como um intérprete pode determinar se o conceito é aplicável a uma dada situação ou a um dado objeto.Peirce aceitou a definição escolástica de verdade, segundo a qual uma proposição é verdadeira se, e somente se, seu sujeito e seu predicado se referirem à mesma coisa, e aplicou essa análise tanto a proposições complexas quanto a singulares. Entretanto, essa visão não informa como um intérprete pode inteirar-se dos objetos do predicado “verdadeiro”, ou seja, proposições verdadeiras: não é um bom preceito para o conceito de verdade. De outro lado, a assim chamada concepção pragmática de verdade, a verdade como o limite ou fim da investigação, pode ser vista como um preceito para a verdade, ou como uma forma geral de tal preceito.A exigência de que conceitos tenham preceitos ligados a eles é uma versão do princípio do pragmatismo de Peirce (conceitos sem preceitos são vazios de sentido). A disponibilidade de preceitos deve tornar possível que um intérprete (investigador) determine se um conceito é aplicável a uma dada situação, ou seja, se certa proposição é verdadeira. Portanto, o princípio do pragmatismo está intimamente ligado ao princípio da cognoscibilidade, segundo o qual toda verdade pode ser conhecida. Algumas formulações do princípio da cognoscibilidade levam a um paradoxo. O artigo discute algumas formas não-paradoxais do princípio da cognoscibilidade, defendendo que a existência de um preceito para uma proposição exige apenas uma forma relativamente fraca do princípio.