A permanência da mudança: Empédocles, Dewey e dois tipos de metafísicas pluralistas de força

Autores

  • John J. Stuhr Emory University

Palavras-chave:

Pragmatismo, Força, Empédocles, Permanência, Mudança, Pluralismo

Resumo

Este artigo apresenta três argumentos principais. Primeiro, à luz de uma interpretação da concepção pluralista da natureza de Empédocles (como consistindo dos quatro elementos materiais ou de raiz, do fogo, ar, terra e água, e as duas forças eternas de amor e conflito), vou além de uma disputa acadêmica de longa data (entre alguns comentaristas que interpretam Empédocles como defensor  de um infindo e recorrente ciclo cósmico de duas vertentes, e outros que argumentam que Empédocles afirma que existe um único movimento positivo de separação cósmica e multiplicidade para unidade e unicidade) para a visão que amor e conflito são uma força cósmica integrada que constitui uma permanência da mudança. É esta visão que leva Empédocles a assumir o compromisso parmenidiano com a permanência do ser (e a impossibilidade de sua transformação em o não-ser) como também afirmar a realidade (ao invés da mera aparência) das muitas mudanças evidentes em nossa experiência. (E é essa visão que o papiro de Estrasburgo apóia). Segundo, preocupo-me em estabelecer paralelos entre essa metafísica de forças e o pragmatismo de John Dewey, que argumentava que a natureza era um misto do precário e do estável. A questão aqui não é que Dewey e Empédocles tenham a mesma visão: eles divergem em explicações radicalmente diferentes em biologia, física, psicologia e moralidade. A questão, ao invés, é que ambos apresentaram explicações metafísicas tanto pluralistas quanto centralmente afinadas à mudança, processo, força e atividade. E é que Dewey acatou o alerta de Empédocles de não se vangloriar de saber a natura geral das coisas. Terceiro, gostaria de explicar como a visão de Dewey pode ser considerada como um desenvolvimento da filosofia de Empédocles – um desenvolvimento onde a noção de processo ou força ou atividade é reconstruída sem qualquer teleologia, e no qual a noção de elementos de raiz é entendida mais funcionalmente do que ontologicamente. Considero isso um movimento dentro do desenvolvimento do pluralismo metafísico de ser para se tornar – um movimento onde o foco Empedocliano na força pode prefigurar o pragmatismo e, assim, um modo de considerar Empédocles não como simplesmente pré-socrático, mas também pré-pragmático.

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Publicado

2017-02-04

Como Citar

Stuhr, J. J. (2017). A permanência da mudança: Empédocles, Dewey e dois tipos de metafísicas pluralistas de força. Cognitio: Revista De Filosofia, 17(2), 349–362. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitiofilosofia/article/view/31239

Edição

Seção

Artigos Cognitio