Subdeterminação, Realismo e Objetividade Científica
DOI:
https://doi.org/10.23925/2316-5278.2021v22i1:e55778Resumo
O argumento da subdeterminação constitui um dos principais argumentos contra o realismo científico. Analiso diversas versões do argumento, e defendo que ele se torna mais plausível quando entendido como um argumento indireto contra o realismo. Tal proposta requer distinguir entre três maneiras principais de formular o argumento da subdeterminação. Na formulação tradicional, o argumento baseia-se na formulação de teorias rivais que sejam empiricamente adequadas à evidência disponível. Na formulação kuhniana, o argumento baseia-se na inexistência de um algoritmo neutro de normas epistêmicas que seja suficiente para determinar a escolha de teorias. Tais formulações do problema da subdeterminação são amplamente rejeitadas enquanto ameaças globais ao realismo científico. Proponho que, alternativamente, a relevância de fatores não epistêmicos poderá ser mais bem apreciada pelo realismo se focarmos no impacto indireto que tais fatores possuem na escolha de teorias, em vez de focarmos no fato de as normas epistêmicas não serem neutras. Com isso, o foco do argumento da subdeterminação deverá ser o de problematizar como fatores do contexto de descoberta influenciam indiretamente a objetividade do processo de justificação das teorias científicas, na medida em que modificam a evidência e hipóteses disponíveis aos cientistas em seu ambiente epistêmico.
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