Superextensão, assertabilidade modal e discernibilidade hipotética
a teoria de Bertrand Russell sobre o conteúdo de estratégias especulativas e sua compatibilidade com uma solução coerentista
DOI:
https://doi.org/10.23925/2316-5278.2022v23i1:e58724Resumo
Argumentamos que o tratamento de Russell de proposições contendo denotações inexistentes é o prelúdio de uma estratégia para discernir o conteúdo preditivo de qualquer proposição com descrições (e símbolos incompletos), na medida em que sua indeterminação é classificável como uma extensão possível. Argumentamos, ainda, que a teoria das funções proposicionais de Russell se dedica a explicar a discernibilidade de proposições hipotéticas, por meio da representação (o que chamamos) da superextensão de proposições modais assertóricas. A indeterminação da verdade de proposições hipotéticas é, assim, emparelhada com uma condição de classificação de segunda ordem, expressando seu conteúdo conjectural como o escopo projetado de instanciação de umafunção proposicional; que por sua vez é a superextensão de um predicado modal. A teoria de Russell é sua resposta não pragmática ao problema da assertabilidade em condições instáveis e incertas. Trata-se de uma tese sofisticada sobre a discernibilidade de conteúdos complexos, como aqueles representados por denotações analógicas e aproximadas (descrições, ficções etc.), que classificam mais de uma possibilidade de instanciação em diferentes contextos modais e intensionais. Concluiremos este artigo testando o pressuposto de que a teoria de Russell favorece uma teoria coerentista, visto que admite condições de assertibilidade que são supermapeadas em um sistema, ou que derivam de diferentes ordens de camadas referenciais.
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