A dialogicidade da estética peirciana
DOI:
https://doi.org/10.23925/2316-5278.2023v24i1:e62147Resumo
Este artigo explora a dialogicidade do objeto da Estética Peirciana. Seguindo Herbart, o pragmaticista americano, em seu relato mais maduro (1911), concebe a Estética como uma ciência que lida com os dois tipos de τὸ καλόν, a saber, com a nobreza da conduta (realizada na ação) e com a beleza sensual (experimentada na arte natureza), embora predilete sistematicamente pela primeira, isto é, pelo estudo das condições da imaginação de um fim último admirável em si mesmo (considerando assim o fim esteticamente em sua primeiridade, como uma qualidade possível) e que é pressuposto no estudo das condições de sua atualização como summum bonum (considerando assim o fim eticamente em sua segundidade, como norma que fundamenta relações diádicas de conformidade de conduta autocontrolada a ele). Como a (des)aprovação estética dos fins revela o fundamento último de imaginar a unidade de uma possível identidade prática, a Estética revela as condições de uma liberdade interior que torna a conduta autogovernada possível em primeiro lugar; não, porém, como dado transcendental, mas como resultado de práticas pedagógicas (Seção I). Em seguida, analisamos como a dialogicidade estética se origina da postura de primeira pessoa da questão fundamental que ela faz: “[O] que estou procurando?” (II.1); diferenciamos os partidos, fases e pressupostos dessa dialogicidade (II.2), e analisamos o papel de um ideal – em sua concretização metodológica como hábito de se sentir “crescido sob a influência de um curso de autocrítica e de heterocríticas” – joga pela causalidade semiótica envolvida na formação da conduta (II.3).
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