Unidade em Peirce e relações com estética e ecologia

considerações sobre novas condutas na arquitetura

Autores

  • Gabriela Lima Mascarenhas Moreira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Eluiza Bortolotto Ghizzi Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.23925/2316-5278.2023v24i1:e64611

Palavras-chave:

Arquitetura, Ecologia, Estética, Pragmatismo, Toyo Ito

Resumo

Interessamo-nos, neste trabalho, em refletir acerca de uma aproximação entre estética e ecologia por meio do conceito de unidade, tal como anteriormente indicada por Freitas (2005). Diante de um contexto contemporâneo de crise ambiental, propomos lançar um olhar para o campo da arquitetura e do urbanismo, em que observamos uma crescente busca por modelos estéticos e epistemológicos que se caracterizem como ecológicos. Tomamos como referencial teórico a filosofia pragmatista de Charles Sanders Peirce (1839-1914), considerando, em especial, a afinidade apontada por Nöth (1996; 1998; 2001) entre esse pensamento e a ecologia. Partindo daí, organizamos o trabalho em dois momentos distintos: um primeiro, conceitual; e um segundo, voltado para a relação entre conceito e prática. Iniciamos por identificar e selecionar, em escritos de Peirce e de seus estudiosos, alguns entre os usos do termo unidade, buscando compreender o modo como está relacionado a conceitos próprios de sua filosofia, percorrendo a fenomenologia, as ciências normativas e a metafísica, com passagem pelo pragmatismo, pressupondo evidenciar uma compreensão de unidade que fundamenta aquela aproximação inicial. Com base nisso, refletimos, em seguida, acerca dessa concepção com relação à arquitetura e ao urbanismo, a partir do trabalho de Toyo Ito, que se interessou pela transição de uma estética da máquina para uma estética de fluxos e cujo diálogo profissional entre a teoria e a prática nos conduz a considerações mais amplas acerca do conhecimento em arquitetura, com consequências para a formação de novas condutas nesse campo.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

DE WAAL, Cornelis. Sobre pragmatismo. Trad. Cassiano T. Rodrigues. São Paulo: Edições Loyola, 2007. FREITAS, Marcílio de. Física e meio ambiente: O substrato da estética na ciência contemporânea. Ciência e

Cultura, v. 57, n.3, p. 33-36, jul./set. 2005.

GADANHO, Pedro; SPRINGSTUBB, Phoebe (Eds.). A Japanese Constellation. Catálogo de exibição do

MoMA. Nova York: MoMA, 2016.

GHIZZI, Eluiza B. Proposições para uma semiótica da arquitetura embasada em uma significação pragmática dos seus conceitos. Cognitio-Estudos: Revista Eletrônica de Filosofia, v. 17, n. 2, p. 234-249, jul./dez. 2020. [https://doi.org/10.23925/1809-8428.2020v17i2p234-249].

IBRI, Ivo A. Kósmos noetós: A arquitetura metafísica de Charles S. Peirce. São Paulo: Paulus, 2015.

IBRI, Ivo A. Semiótica e pragmatismo: Interfaces Teóricas. vol. I. São Paulo: FiloCzar, 2020.

IBRI, Ivo A. Semiótica e pragmatismo: Interfaces Teóricas. vol. II. São Paulo: FiloCzar, 2021.

ITO, Toyo. Tarzans in the Media Forest. Londres: Architectural Association Publications, 2011. (Architecture Words, 8). E-book.

NÖTH, Winfried. A Semiótica do Século XX. São Paulo: Annablume, 1996. [https://doi.org/10.12697/ SSS.1998.26.14].

NÖTH, Winfried. Ecosemiotics. Sign Systems Studies, v. 26, p. 332-343, 1998. [https://doi.org/10.12697/ SSS.2001.29.1.06].

NÖTH, Winfried. Ecosemiotics and the Semiotics of Nature. Sign Systems Studies, v. 29, n.1, p. 71-81, 2001. PARKER, Kelly. Reconstructing the Normative Sciences. Cognitio: Revista De Filosofia, v. 4, n. 1, p. 27-45,

jan./jun. 2003.

PEIRCE, C. S. Collected Papers of Charles Sanders Peirce. 8 vols. HARTSHORNE, C.; WEISS, P.; BURKS, A, (Ed.). Cambridge, MA: Harvard University Press. 1931-1935; 1958.

PEIRCE, C. S. The Essential Peirce: Selected Philosophical Writings. vol. 2. Peirce Edition Project (Eds.). Bloomington: Indiana University Press, 1998.

PEIRCE, Charles S. Ilustrações da lógica da ciência. Tradução Renato Rodrigues Kinouchi. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2008.

PEIRCE, Charles S. Evolutionary Love. Parte 1. Tradução e nota introdutória de Basílio João Sá Ramalho Antônio. Cognitio: Revista de Filosofia, v. 11, n. 1, p.162-182, jan./jun. 2010.

PEIRCE, Charles S. Semiótica. Trad. José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Perspectiva, 2017.

ROSENTHAL, Sandra B. Firstness and the collapse of universals. In: BERGMAN, M.; QUEIROZ, J. (Eds.). The Commens Encyclopedia: The Digital Encyclopedia of Peirce Studies, 2001. Disponível em: . Acesso em: 03 dez. 2023.

SANTAELLA, Lúcia. O método anticartesiano de C. S. Peirce. São Paulo: Unesp, 2004. SANTAELLA, Lúcia. Estética: de Platão a Peirce. São Paulo: Editora C0D3S, 2017. E-book.

Downloads

Publicado

2023-12-13

Como Citar

Moreira, G. L. M., & Ghizzi, E. B. (2023). Unidade em Peirce e relações com estética e ecologia: considerações sobre novas condutas na arquitetura. Cognitio: Revista De Filosofia, 24(1), e64611. https://doi.org/10.23925/2316-5278.2023v24i1:e64611

Edição

Seção

Artigos sobre Pragmatismo