Figuras retóricas para registrar história(s): discursos sobre as mortes por Covid-19 no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1678-460X202339252759

Palavras-chave:

Figuras retóricas, metonímia, repetição, imprensa, Covid-19

Resumo

Este artigo busca refletir sobre o funcionamento de uma das técnicas retóricas usadas em discursos: as figuras. A abordagem será feita com base em mortes provocadas por Covid-19 no Brasil. Para isso, consideram-se como corpus de estudo duas capas de jornais brasileiros, o carioca O Globo e o paulistano Folha de S. Paulo, mais especificamente as edições que registram quando o país ultrapassou as 100 mil e as 200 mil mortes pelo coronavírus. O objetivo é mostrar o papel argumentativo que a metonímia e a repetição imprimem aos textos em questão. Essas figuras foram relevantes para a composição das duas capas. A de O Globo utiliza fotos de várias pessoas que morreram por causa da doença. A da Folha de S. Paulo reproduziu calçados usados por algumas das vítimas. A análise se fundamenta em pressupostos teóricos de estudiosos da Retórica e da Nova Retórica, especialmente no que diz respeito às figuras retóricas.

Biografia do Autor

Ana Cristina Carmelino, Universidade Federal de São Paulo

Professora Adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).  Pós-doutorado em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), doutorado e mestrado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP/CAr). Membro do Centro de Pesquisa Fórmulas e Estereótipos: Teoria e Análise (FEsTA). Líder do GETHu - Grupo de Estudos sobre Textos Humorísticos (CNPq).

Paulo Ramos, Universidade Federal de São Paulo

Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo

Referências

Aristóteles (1964). Arte retórica e arte poética. Tradução Antonio Pinto de Carvalho. Difusão Européia do Livro.

Bloch, M. (2002). Apologia da História ou o ofício do historiador. Zahar.

Carrere, A., & Saborit, J. (2000). Retórica de la pintura. Cátedra.

Cicerón, M. T. (2002). Sobre el orador. Gredos.

Fiorin, J. L. (2014). Figuras de retórica. Contexto.

Folha de São Paulo (2021). https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2021/01/08/index.shtml (acesso 10 de fevereiro. 2021).

Fontanier, P. (1968). Les figures du discours. Flammarion.

G1 (2021). Brasil é pior país do mundo na gestão da epidemia de Covid-19, aponta estudo australiano. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/01/28/brasil-e-pior-pais-do-mundo-na-gestao-da-epidemia-de-covid-19-aponta-estudo-australiano.ghtml (acesso em 10 fevereiro. 2021).

Grupo µ (1974). Rhétorique générale. Larousse.

Grupo µ (1993). Tratado del signo visual: para una retórica de la imagen. Cátedra.

Mosca, L. L. S. (2004). Velhas e novas retóricas: convergências de desdobramentos. In L. L. S. Mosca (Ed.), Retóricas de ontem e de hoje (pp. 17-54). Humanitas.

O Globo (2020). https://www.vercapas.com.br/edicao/capa/o-estado-de-sao-paulo/2020-06-21/ (acesso 10 de fevereiro, 2021).

Perelman, C., & Olbrechts-Tyteca, L. (2005). Tratado da argumentação: a nova retórica. Tradução Maria Ermantina A. P. Galvão. Martins Fontes.

Reboul, O. (2004). Introdução à retórica. Tradução Ivoni Castilho Benedetti. Martins Fontes.

Tringali, D. (1988). Introdução à retórica: a retórica como crítica literária. Duas Cidades.

Publicado

2023-09-30

Como Citar

Carmelino, A. C., & Ramos, P. (2023). Figuras retóricas para registrar história(s): discursos sobre as mortes por Covid-19 no Brasil. DELTA: Documentação E Estudos Em Linguística Teórica E Aplicada, 39(2). https://doi.org/10.1590/1678-460X202339252759

Edição

Seção

Artigos