A aquisição de classificadores semânticos por ouvintes aprendizes de Libras como L2M2

Authors

DOI:

https://doi.org/10.1590/1678-460X202339454281

Keywords:

Libras, aquisição de segunda língua, segunda modalidade, sistema complexo.

Abstract

Este estudo visa investigar a aquisição de classificadores semânticos por ouvintes aprendizes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como L2M2 submetidos à aprendizagem desse idioma e distribuídos em dois níveis de ensino (intermediário e avançado). Para tanto, adota Paiva (2005) e Larsen-Freeman (2006) como pressupostos teóricos e argumenta que a modalidade linguística da Libras é um atrator do sistema complexo e pode atuar como um atrator fixo ou estranho. A metodologia transversal trabalha com dados de dois grupos que, após assistirem a um filme sem linguagem verbal, contaram a história em Libras. Os resultados reúnem variados comportamentos linguísticos para descrições de quantidade, forma e volume do objeto “cesta”, bem como para sua localização no espaço. A análise demonstra que a atuação da modalidade visuo-manual como atrator fixo gera produções distantes da L2M2, enquanto a sua atuação como atrator estranho favorece produções semelhantes às formas ditas alvos. Os achados também apontam que os aprendizes atravessam limiares críticos com apresentação de adaptações criativas no sistema complexo.

Author Biography

Lídia da Silva, Universidade Federal do Paraná

Doutora em Linguística Aplicada (UFSC), professora do Curso de Licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná e líder da linha de pesquisa Libras como L2 do GPLIN-DGP/CNPq.

References

Aleixo, F. (2019). Fases de aquisição de uma língua de sinais. Línguas & Letras, 20(48), 139-150. https://doi.org/10.5935/1981-4755.20190037

Alves, C. A. (2007). Teoria do caos e as organizações. REA-Revista Eletrônica de Administração, 6(2). http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/207

Bernardino, E. L. A. (2012). O uso de classificadores na língua de sinais brasileira. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, 10(19), 250-280. http://www.revel.inf.br

Corina, D., Lawyer, L., & Cates, D. (2013). Cross-linguistic differences in the neural representation of human language: Evidence from users of signed languages. Frontiers in Psychology, 3, Article 587. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2012.00587

Costa, A. R. (2020). Sistemas adaptativos complexos e linguística aplicada: organizando a literatura da área. Domínios de Lingu@gem, 14(1), 311-339. https://doi.org/10.14393/DL40-v14n1a2020-12

Ferreira, L. (1995). Por uma gramática de língua de sinais. Tempo Brasileiro.

Haiweongwas. (2008). Pearfilm [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=bRNSTxTpG7U&t=2s

Kastrup, V. (2001). Aprendizagem, arte e invenção. Psicologia em estudo, 6(1), 17-27. https://doi.org/10.1590/S1413-73722001000100003

Larsen-Freeman, D. (2006). The emergence of complexity, fluency, and accuracy in the oral and written production of five Chinese learners of English. Applied linguistics, 27(4), 590-619. https://www.academia.edu/38727423/The_Emergence_of_Complexity_Fluency_and_Accuracy_in_the_Oral_and_Written_Production_of_Five_Chinese_Learners_of_English

Leffa, J. (2006). Transdisciplinaridade no ensino de línguas: a perspectiva das teorias da complexidade. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 6(1), 27-49. https://doi.org/10.1590/S1984-63982006000100003

Leffa, V. J. (2016). ReVEL na escola: ensinando a língua como um sistema adaptativo complexo. ReVEL, 14(27). http://www.revel.inf.br

Liddell, S. K. (2003). Grammar, gesture, and meaning in American Sign Language. Cambridge University Press.

Loss, A. L. (2016). Avaliação de fluência em língua de sinais brasileira: definindo critérios sob uma perspectiva surda. [Dissertação de Mestrado em Estudos da Tradução, Universidade Federal de Santa Catarina]. Repositório institucional UFSC. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/180406

Mayberry, R., & Squires, B. (2006). Sign language acquisition. In K. Brown (Ed.), Encyclopedia of language and linguistics. (pp. 739-43). Elsevier.

Nunes, G. M. (2014). A escrita em inglês como sistema adaptativo complexo: o desenvolvimento da fluência, precisão e complexidade gramatical por meio das TIC. Texto Livre: Linguagem e Tecnologia, 7(1), 49-67. https://doi.org/10.17851/1983-3652.7.1.49-67

Paiva, V. L. M. de O. (2005). Modelo fractal de aquisição de línguas. In F. T. C. Bruno (Ed.), Ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras: reflexão e prática (pp. 23-36). Editora Clara Luz.

Paiva, V. L. M. de O. (2011). Linguagem e aquisição de segunda língua na perspectiva dos sistemas complexos. In V. H. Burgo, E. F. Ferreira, & L. J. Storto (Eds.), Análise de textos falados e escritos: aplicando teorias. (pp. 71-86). Editora CRV.

Paiva, V. L. M. de O. (2018). Tecnologias digitais para o desenvolvimento de habilidades orais em inglês. DELTA: Documentação de Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, 34(4), 1319-1351. https://doi.org/10.1590/0102-445008554706004546

Pichler, D., & Koulidobrova, H. (2015). Acquisition of sign language as a second language. In M. Marschark, & P. E. Spencer (Eds.), The Oxford handbook of deaf studies in language (pp. 218-230). Oxford Library of Psychology.

Pickering, W. A. (2012). Sistemas adaptativos complexos: lingua(gem) e aprendizagem. Trabalhos em Linguística Aplicada, 51(2), 517-526. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-18132012000200012

Porto, M., & Silva, L. (2021). Expressões policomponenciais em libras: estatuto e processo de ensino e aprendizagem como L2. Revista Signótica, 33, e63312. https://doi.org/10.5216/sig.v32.62905

Puhl, J., & Borges, E. F. (2016). O papel das affordances na aquisição da libras como segunda língua. Práxis Educativa, 11(2), 434-448. https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.11i2.0007

Silva, L. (2018). Fluência de ouvintes sinalizantes de libras como segunda língua: foco nos elementos da espacialização. [Tese de Doutorado em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina]. Repositório institucional UFSC. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193780

Silva, L. (2021). A cognição e os princípios teóricos e metodológicos ao ensino de libras para ouvintes: orientações a professores iniciantes. Revista Linguagem em Foco, 12(3), 197-218. https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-2630

Silva, L., & Moreno, D. (2021). Libras como L2 para ouvintes: a fluência em perspectiva. Revista Da Anpoll, 52(1), 162-187. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v52i1.1501

Stumpf, M. R., Quadros, R. M., Kuntze, M. Lillo-Martin, D., & Pichler, D. (2020). Aquisição língua de sinais (v-book). Arara Azul. https://editora-arara-azul.com.br/site/produtos/detalhes/114

Taub, S., Galvan, D., Piñar, P., & Mather, S. (2008). Gesticulação e aquisição da ASL como segunda língua. In R. M. de Quadros, & M. L. B. de Vasconcellos (Eds.), Questões teóricas das pesquisas em língua de sinais (pp. 275-285). Editora Arara Azul. https://editora-arara-azul.com.br/ebooks/catalogo/completo_port.pdf

Universidade Federal de Santa Catarina. (2014). Corpus Libras. http://www.corpuslibras.ufsc.br

Viana, D. B., & Silva, H. F. da. (2018). A aquisição de libras como segunda língua por estudantes ouvintes de Letras-libras a partir do contato com alunos surdos. Anais do COGITE-Colóquio sobre Gêneros & Textos, 59-75. https://comunicata.ufpi.br/index.php/ancogite/article/view/10964 (acessado em 14 de fevereiro de 2023).

Zampietro, L. M. (2007). Aquisição de língua materna (LM) e língua estrangeira (LE) sob ótica do pensamento complexo: como aprendemos uma língua. Revista Letra Magna, 4(7), 1-21. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Published

2023-12-27

How to Cite

Silva, L. da. (2023). A aquisição de classificadores semânticos por ouvintes aprendizes de Libras como L2M2. DELTA: Documentação E Estudos Em Linguística Teórica E Aplicada, 39(4). https://doi.org/10.1590/1678-460X202339454281