Boa noite, Malévola: o adormecer forçado e o despertar mutilado
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460X202339456238Palabras clave:
Malévola, violência sexual, contos de fadas, Círculo de BakhtinResumen
O presente artigo tem como objetivo analisar a representação da violência sexual com foco na personagem Malévola, no live action homônimo produzido pela Disney (2014). A filosofia bakhtiniana da linguagem fundamenta a reflexão, com foco nas concepções de diálogo, sujeito, ideologia e enunciado. A partir da constituição material do filme (formada pelo verbal, pelo vocal e pelo visual de maneira integrada), considera-se as ideologias expressas na arquitetônica enunciativa, constituída pelo projeto de dizer do autor-criador, que semiotiza, com dado acabamento, a voz social patriarcal, via construção de uma relação machista, re-velada por um ato de violência sexual contra a mulher. Este artigo se pauta no método dialético-dialógico para a análise da obra fílmica, realizada em cotejo com A bela adormecida (Grimm, 1812), A bela adormecida no bosque (Perrault, 1697) e Sol, Lua e Talia (Basile, 1634). A reflexão sobre como o enunciado estético parte do solo social e se volta a ele, de maneira responsiva e ética, justifica o estudo empreendido.
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