O ENSINO REMOTO EMERGENCIAL E A EXIGÊNCIA IMEDIATA DE LETRAMENTO:
REFLEXÕES SOBRE UM TEMPO DE EXCEÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460x202156287Resumen
Desde o reconhecimento da existência de uma pandemia sem precedentes, o mundo tem sofrido profundas mudanças e restrições. Submetemo-nos ao domínio de práticas remotas de convivência e escolhas lexicais únicas que demandam não apenas ressignificação, mas também revelam expectativa e pré-aceitação de um novo normal provável, no futuro. Se a reverberação dessa conjuntura é planetária, seu impacto é notável, de diversas formas, no âmbito educacional que contempla dinâmicas, ambientações, linguagens e recursos emergenciais para lidar com o imediatismo, simultaneidade e intertextualidade também decorrentes da policrise vigente. Considerando as bruscas mudanças originadas pela pandemia, este artigo discute questionamentos e situações observadas, mas não estritamente equacionadas, durante um extenso período de exceção, ainda emergencial. A partir do concreto e do possível, as reflexões aqui expostas buscam interpretar o cenário digital de exceção, abordando repercussões motivadas pelo deslocamento territorial, explorando linguagens e letramento (multiletramentos e transletramento) e, sobretudo, propondo uma alternativa de expansão das habilidades de produção e compreensão textual para professores e alunos que, lidando com um contexto emergencial a princípio, mas resilientemente duradouro, já antecipam e, em alguma medida, se preparam para o período pós-pandêmico.