Levantamento dos indicadores de risco para o desenvolvimento infantil em um programa de Atenção Primária à Saúde
uma perspectiva fonoaudiológica
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i3e53847Palavras-chave:
Recém-nascido prematuro, Desenvolvimento infantil, Fonoaudiologia, Atenção Primária à Saúde, Fatores de riscoResumo
Introdução: Fatores de risco para o desenvolvimento infantil podem ocasionar alterações na comunicação, como linguagem e fala, funções auditivas e estomatognáticas. O programa Bebê Precioso, inserido na atenção básica da cidade de Joinville, Santa Catarina, visa acompanhar recém-nascidos (RNs) e lactentes de 0 a 24 meses, egressos da Unidade Neonatal, com histórico de fatores de risco para as alterações no desenvolvimento global. Objetivo: Identificar os principais fatores de risco para o desenvolvimento infantil e relacionados à fonoaudiologia, de RNs e lactentes acompanhados por este programa de atenção primária à saúde. Método: Estudo retrospectivo de caráter descritivo, com análise quantitativa de dados de prontuários de RNs e lactentes atendidos no programa no período de março de 2019 a março de 2020. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 58RNs e lactentes. Os fatores de risco mais frequentes foram a prematuridade (77,5%), baixo peso ao nascer (72,5%), alterações respiratórias (50%), asfixia perinatal (19%), hiperbilirrubinemia (13,8%), quadro de infecção grave (12%), malformações congênitas e síndromes genéticas (5,2%) e alterações neurológicas (5%). 53,5% dos RNs foram atendidos pelos discentes de fonoaudiologia. Destes, 61,3% apresentaram alterações fonoaudiológicas, sendo 42,1% na motricidade orofacial, 42,1% auditivas e 15,8% no desenvolvimento da linguagem. Conclusão: Os participantes do presente estudo, apresentaram fatores de risco para alterações fonoaudiológicas de linguagem, motricidade orofacial e habilidades auditivas. Enfatiza-se a importância do fonoaudiólogo em programas de follow-up.
Downloads
Metrics
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Manual do Método Canguru: seguimento compartilhado entre a Atenção Hospitalar e a Atenção Básica [Internet]. 2015 [acesso em 2019 nov 12]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_metodo_canguru_seguimento_compartilhado.pdf
Ferraz ST, Frônio JS, Neves LANT, Demarchi RS, Vargas ALA, Ghetti FF, Filgueiras MST et al. Programa de follow-up de recém-nascidos de alto risco: relato de experiência de uma equipe interdisciplinar. Rev. APS. 2010; 1(13): 133-9.
Pinto LK, Guimarães LM, Coelho LMFR, Marangoni AC. Perfil das crianças atendidas no setor fonoaudiológico do ambulatório de crianças de alto risco da Prefeitura Municipal de Franca/SP. Rev. CEFAC. 2013; 15(2): 391-401.
Santa Catarina. Estado de Santa Catarina. Constituição (2018). Ofício n° 03/GEABS/SUG/SES/2018, de 2018. Bebê Precioso - Fluxo de Seguimento da Criança de Risco e Alto Risco Egressa de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal em Santa Catarina [Internet]. 2018 [acesso em 2019 nov 15]. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/informacoesgerais/atencaobasica/notas-tecnicas-ab-aps/saude-da-crianca-1/14482-nota-tecnica-bebe-precioso/file
Formiga CKMR, Silva LP, Linhares MBM. Identificação de fatores de risco em bebês participantes de um programa de follow-up. Rev. CEFAC. 2018; 20(3): 333-41.
Mello RR, Meio MDBB. Follow-up de recém-nascidos de risco. In: Moreira MEL, Braga NA, andMorch DS (Org). Quando a vida começa diferente: o bebê e sua família na UTI neonatal [Internet]. Rio de Janeiro (RJ): Editora FIOCRUZ, Criança, Mulher e Saúde collection; 2003. p.179-84.
Freitas M, Kernkraut AM, Guerrero SMA, Akopian STG, Murakami SH, Madaschi V et al. Acompanhamento de crianças prematuras com alto risco para alterações do crescimento e desenvolvimento: uma abordagem multiprofissional. einstein (São Paulo). 2010; 8(2): 180-6.
Monteiro-Luperi TI, Befi-Lopes DM, Diniz EMA, Krebs VL, Carvalho WB. Desempenho linguístico de prematuros de 2 anos, considerando idade cronológica e idade corrigida. CoDAS. 2016; 28(2): 118-22.
Zanin LE, Albuquerque IMN, Carneiro MSL, Melo DH. Avaliação da assistência fonoaudiológica na estratégia de saúde da família pela perspectiva do usuário. CoDAS. 2017; 29(6): 1-7.
Joinville (cidade). Prefeitura Municipal de Joinville. Secretaria Municipal de Saúde. Relatório anual de gestão 2019. cap. “Relatório do Programa Bebê Precioso” [Internet]. 2019 [acesso em 2019 dez 10]; 134-44. Disponível em: https://www.joinville.sc.gov.br/wp-content/uploads/2017/06/Relat%C3%B3rio-de-Gest%C3%A3o-em-Sa%C3%BAde-do-Munic%C3%ADpio-de-Joinville-2019.pdf
Silva GMD, Couto MIV, Molini-Avejonas DR. Identificação dos fatores de risco em crianças com alteração fonoaudiológica: estudo piloto. CoDAS. 2013; 25(5): 456-62.
Lemos RA, Frônio JS, Neves LAT, Ribeiro LC. Estudo da prevalência de morbidades e complicações neonatais segundo o peso ao nascimento e a idade gestacional em lactentes de um serviço de follow-up. Rev. APS. 2010; 13(1): 277-90.
Nascimento GB, Kessler TM, Souza APR, Costa I, Moraes AB. Indicadores de risco para a deficiência auditiva e aquisição da linguagem e sua relação com variáveis socioeconômicas, demográficas e obstétricas em bebês pré‑termo e a termo. CoDAS. 2020; 32(1): 1-9.
Fuentefria RN, Silveira RC, Procianoy RS. Desenvolvimento motor de prematuros avaliados pela Alberta Infant Motor Scale: artigo de revisão sistemática. J. pediatr. (Rio J.). 2017; 93(4): 328-42.
Oliveira C, Castro L, Silva R, Freitas I, Gomes M, Cândida M. Fatores associados ao desenvolvimento global aos 4 e 8 meses de idade corrigida de crianças nascidas prematuras. J. Hum. Growth Dev. (Impr.). 2016; 26(1): 42-8.
Zago JTC, Pinto PAF, Leite HR, Santos JN, Morais RLS. Associação entre o desenvolvimento neuropsicomotor e fatores de risco biológico e ambientais em crianças na primeira infância. Rev. CEFAC. 2017; 19(3): 320-9.
Crestani AH, Moraes AB, Souza APR. Análise da associação entre índices de risco ao desenvolvimento infantil e produção inicial de fala entre 13 e 16 meses. Rev. CEFAC. 2015; 17(1): 169-76.
Carniel CZ, Furtado MCC, Vicente JB, Abreu RZ, Tarozzo RM, Cardia SETR et al. Influência de fatores de risco sobre o desenvolvimento da linguagem e contribuições da estimulação precoce: revisão integrativa da literatura. Rev. CEFAC. 2017; 19(1):109-18.
Schuymer L, Groote I, Beyers W, Roeyers H. Preverbal skills as mediators for languageoutcome in pretermand full termchildren. Early hum. dev. 2011; 87(4): 265-72.
Rugolo LMSS. Avaliação do desenvolvimento do prematuro. In: Manual de seguimento ambulatorial do prematuro de risco, Silveira RC (Org). Sociedade Brasileira de Pediatria. 2012 [acesso em 2019 out 7]; p.40-7. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/seguimento_prematuro_ok.pdf
Jesus LMR, Basso CSD, Castiglioni LMAL, Arroyo MAS. Acompanhamento fonoaudiológico de crianças nascidas pré-termo: desempenho alimentar e neuropsicomotor. Rev. CEFAC. 2020; 22(4): 1-11.
Oliveira JS, Rodrigues LB, Aurélio FS, Silva VB. Fatores de risco e prevalência da deficiência auditiva neonatal em um sistema privado de saúde de Porto Velho, Rondônia. Rev. Paul. Pediatr. (Ed. Port., Online). 2013; 31(3): 299-305.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal [Internet]. 2012 [acesso em 2019 nov 10]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
Silva AA, Bento DV, Silva LNFB. Ocorrência dos indicadores de risco para a deficiência auditiva em um centro de saúde do Rio Grande do Sul. Audiol., Commun. res. 2018; 23: 1-7.
Singh PK, Kumar N, Kumar D, Shrivastava N, Kumar A. Prospectivestudy for hearingscreeningof 4356 newbornsbytransientevokedoto- acousticemissionsandbrainstemevoked response audiometry: A studyof high riskfactors for hearingloss. Int J Res Med Sci. 2017; 5(4): 1554-7.
Brusco RT, Delgado ES. Caracterização do desenvolvimento da alimentação de crianças nascidas pré-termo entre três e 12 meses. Rev. CEFAC. 2014; 16(3): 917-28.
Maximino P, Machado RHV, Junqueira P, Ciari M, Tosatti AM, Ramos CC et al. Como acompanhar a criança com dificuldade alimentar em escopo multidisciplinar? Protocolo de atendimento multiprofissional na infância e adolescência-estudo piloto. J. Hum. Growth Dev. (Impr.). 2016; 26(3): 331-40.
Morton K, Marino LV, Pappchan JV, Darlington AS. Feedingdifficulties in youngpaediatricintensivecaresurvivors: A scoping review. ClinNutr ESPEN. 2019; 30:1-9.
Pagliaro CL, Bühler KEB, Ibidi SM, Limongi SCO. Dificuldades de transição alimentar em crianças prematuras: revisão crítica de literatura. J. pediatr. (Rio J.). 2016; 92(1): 7-14.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor [Internet]. 2016 [acesso em 2019 nov 20]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_estimulacao_criancas_0a3anos_neuropsicomotor.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Jaqueline de Souza Fernandes, Ana Paula Duca, Juliana Cemin, Fátima Mucha
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.