Adoecimento crônico Infantil

das marcas do corpo às marcas simbólicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2024v36i2e66826

Palavras-chave:

Enfermidade, Hospitalização, Doença, Psicanálise, Saúde infantil

Resumo

Introdução: O adoecimento crônico e a hospitalização trazem para o universo infantil vivências que são ameaçadoras tanto do ponto de vista físico quanto psíquico. Adoecer é uma experiência complexa, disruptiva e traumática, que acarreta sobrecarga emocional para as crianças e seus familiares. Objetivo: compreender o cenário do adoecimento infantil e a hospitalização, articulando as marcas do corpo às marcas simbólicas. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória de ordem teórico-clínica no campo da psicanálise. Resultado: O processo de adoecimento crônico coloca o sujeito em um drama subjetivo com necessidade de elaborar lutos e lidar com a ferida narcísica e, até mesmo pensar a morte de frente. O hospital ganha contornos simbólicos para além do espaço de tratamento da doença e seus sintomas: lugar em que a doença insiste em se dar a ver e permanecer. Conclusão: O adoecimento envolve componentes para além das dimensões biológica, cognitiva e emocional, sendo atravessado por questões subjetivas e simbólicas que norteiam a forma como o sujeito lidará com seu corpo adoecido, portanto implica reflexões acerca da criança como protagonista de seu processo e a escuta do sujeito em sua dimensão simbólica.

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Biografia do Autor

Solange Aparecida de Araújo, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Possui graduação em Psicologia pela Universidade São Judas Tadeu (1999). Especialista em Psicologia da Infância/ Unifesp (2003). Especialista em Psicologia Hospitalar e da Saúde /CRP ( 2013).Atualmente é psicóloga da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina - Hospital São Paulo. Psicóloga Hospitalar no Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Preceptora do estágio hospitalar dos alunos-especializandos em Psicologia da Infância.Auxiliar em aulas e atividades com alunos de medicina e residência médica a respeito de relação médico- paciente, construção de papel profissional e trabalho em equipe multiprofissional, aspectos de integração Saúde Mental - Pediatria. Membro do Núcleo Assessor a Criança Vítima de Violência do Departamento de Pediatria. Mestre em Comunicação Humana e Saúde. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) na linha de pesquisa Linguagem, Corpo e Psiquismo. 

Regina Maria Ayres de Camargo Freire , Pontíficia Universidade Católica de São Paulo

possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1967), mestrado em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1980), doutorado em Educação (Psicologia Educacional) pela Pontifícia Universidade Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1990) e pós-doutorado pela USP - campus Ribeirão Preto no departamento de Psicologia Educacional (1995). Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, ministrando aulas nos cursos de Fonoaudiologia e Fisioterapia e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Humana e Saúde. Possui experiência clínica e atualmente trabalha no estabelecimento de novos paradigmas para a compreensão da Clínica Fonoaudiológica, no que diz respeito aos procedimentos terapêuticos em patologia da linguagem e também na aquisição da linguagem oral e escrita. Sua base teórica compartilha com a linguística e a psicanálise lacaniana as questões fundamentais que exigem um posicionamento próprio do campo fonoaudiológico

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Publicado

2024-08-14

Como Citar

Araújo, S. A. de, & Freire , R. M. A. de C. . (2024). Adoecimento crônico Infantil: das marcas do corpo às marcas simbólicas. Distúrbios Da Comunicação, 36(2), e66826. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2024v36i2e66826

Edição

Seção

Artigos