Descrição fonética da voz de professoras da rede municipal de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i2e68945Palavras-chave:
Voz, Percepção Auditiva, Qualidade da VozResumo
Introdução: Este estudo investiga a avaliação fonética da qualidade vocal utilizando uma base de dados de amostras de fala de professores de escolas públicas de São Paulo. Objetivo: Descrever os ajustes de qualidade vocal (AQV) nos domínios articulatórios, fonatórios e de tensão muscular, bem como os elementos da dinâmica vocal (EDV) em amostras de fala de professores da rede municipal de ensino de São Paulo. Método: Estudo transversal com coleta retrospectiva e descritiva baseada na análise perceptivo-auditiva de 60 amostras de fala, utilizando o esquema Vocal Profile Analysis Scheme para o português brasileiro (VPAS-PB), extraído de uma base de dados de estudo de caso-controle. Todas as amostras foram editadas no software PRAAT. Foi calculada a relação sinal-ruído, selecionando amostras com valores acima de 2 para evitar interferências de ruído externo. Os pesquisadores extraíram trechos de 40 segundos de fala semi-espontânea de cada gravação e os agruparam no script Experiment MFC 3.S para tarefas de percepção da qualidade vocal. Um terço das 60 amostras foi repetido para avaliar a consistência interna, sendo reproduzidas de forma aleatória. Resultados: Os julgamentos perceptivos demonstraram alta confiabilidade (coeficientes alfa de 0,777 e 0,814). A análise discriminante revelou ajustes de qualidade vocal que segregaram grupos de falantes com base na dinâmica vocal. As variáveis mais influentes incluíram voz áspera (71,7%), voz crepitante (48,1%), hiperfunção do trato vocal (35,3%), escape de ar (32,2%) e constrição faríngea (43,3%). Conclusão: Os ajustes vocais relacionados à tensão muscular e aos mecanismos fonatórios supralaríngeos foram cruciais para distinguir grupos, avançando na compreensão da disfonia em professores.
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