A musicalidade da voz como operador subjetivante na clínica fonoaudiológica com crianças que apresentam desafios motores

Resumo

A voz melodiosa do agente da função materna direcionada ao bebê é fundante do desenho das suas bordas corporais e de suas rotas pulsionais, inaugurando a entrada do sujeito no campo da linguagem. Por isso, se considera que a musicalidade da voz também ocupa um lugar de destaque na clínica fonoaudiológica na primeira infância. Pretende-se apresentar neste artigo alguns aspectos considerados primordiais para refletirmos sobre as especificidades do trabalho fonoaudiológico sustentado pelos conceitos da clínica de linguagem, a partir de recortes da trajetória de uma criança que apresenta comprometimentos neuromotores. O trabalho se configura como interdisciplinar integrado por um eixo comum que é a teoria da constituição do sujeito pensada à luz da psicanálise, lugar de interlocução dos múltiplos discursos. Sendo assim, destaca-se as possibilidades exitosas de uma prática entre pares nas áreas de fonoaudiologia e psicanálise, visando a um processo de enriquecimento mútuo e a potencialização dos resultados junto ao paciente.