Ruído em sala de aula e a carga vocal do professor
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i4e71921Palavras-chave:
Monitoramento do Ruído, Voz, Docente, Saúde OcupacionalResumo
A intensa demanda vocal da sala de aula, as condições de trabalho e a falta de conhecimento sobre saúde vocal expõem os professores ao alto risco de problemas vocais, como disfonias e fadiga tanto física quanto vocal. O objetivo deste estudo foi identificar os níveis de ruído de um campus universitário, investigar a percepção do ruído pelos professores e descrever o impacto do ambiente ruidoso sobre suas vozes durante a atividade docente. Estudo transversal descritivo analisou níveis de ruído no campus e coletou dados vocais de professores via questionários e gravação da fala em aula, avaliando impacto na saúde vocal e qualidade de vida. O nível de ruído no campus estava acima dos limites recomendados, o que exigiu maior esforço vocal, levando ao relato de sintomas como rouquidão, garganta seca e cansaço. Muitos professores subestimaram o impacto de suas alterações vocais e negligenciaram práticas preventivas, como aquecimento e desaquecimento vocal. A análise da qualidade de vida relacionada à voz e a triagem para distúrbios vocais revelaram impacto do ruído sobre o uso da voz em sala de aula, especialmente em mulheres, com repercussão no processo ensino-aprendizagem.
Downloads
Referências
1. Mota AF de B, Pellicani AD, Dornelas R, Ricz LNA. Condição de produção vocal do professor em diferentes situações funcionais. CoDAS. 2022; 34(1).
2. Santos RKS, Marques RD, Fernandes ACN, Silva EM da. Autopercepção da voz por professores de escola pública. Distúrb Comun [Internet]. 2019; 31(3): 500–10. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/dic/article/view/39006
3. Silva SSL da. Principais patologias laríngeas em professores. Distúrb Comun. 2018; 30(4): 767–75.
4. López JM, Catena A, Montes A, Castillo ME. Effectiveness of a short voice training program for teachers: a preliminary study. J Voice. 2017; 31(6): 697–706.
5. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152 - Acústica - Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro: ABNT; 2020.
6. Dias FAM, Santos BA dos, Mariano HC. Níveis de pressão sonora em salas de aula de uma universidade e seus efeitos em alunos e professores. CoDAS. 2019; 31(4): e20180223.
7. Zannin PHT, Engel MS, Fiedler PEK, Bunn F. Characterization of environmental noise based on noise measurements, noise mapping and interviews: a case study at a university campus in Brazil. Cities. 2013; 31: 317–27.
8. Santos RM dos, Cavalcante M dos S, Porto VF de A, Morais EPG de. Speech therapy strategies to promote the vocal health of teachers: integrative literature review. Rev Ciênc Saúde. 2021;11(1): 51–60.
9. Tutya AS, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Comparison of V-RQOL, VHI and VAPP scores in teachers. Rev Soc Bras Fonoaudiol [Internet]. 2011; 16(3): 273–81. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342011000300007&lng=pt&tlng=pt
10. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10151 - Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT; 2000.
11. Ricarte A, Oliveira G, Behlau M. Validação do protocolo perfil de participação e atividades vocais no Brasil. CoDAS [Internet]. 2013 [citado 2022 ago 28]; 25(3): 242–9. Disponível em: https://www.scielo.br/j/codas/a/q3gvfWhqf4VvdXwHm8RRmFM/?lang=pt#
12. Zambon F, Moreti F, Vargas ACT, Behlau M. Eficiência e valores de corte do perfil de participação e atividades vocais para não professores e professores. Codas [Internet]. 2015; 27(6): 598–603. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822015000600598&lng=pt&tlng=pt
13. Ghirardi ACAM, Ferreira LP, Giannini SPP, Latorre MRDO. Screening Index for Voice Disorder (SIVD): development and validation. J Voice. 2013; 27(2): 195–200.
14. Zwirtes DPZ. Avaliação do desempenho acústico de salas de aula: estudo de caso nas escolas estaduais do Paraná [dissertação]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2006.
15. Arjunan A, Rajan R. Noise and brain. Physiol Behav. 2020; 227:113-136.
16. Servilha EAM, Delatti MA. Percepção de ruído em sala de aula por estudantes universitários e suas consequências sobre a qualidade do aprendizado. Audiol Commun Res.2014; 19(2): 138–44.
17. Dreossi RCF, Momensohn-Santos T. O ruído e sua interferência sobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pro Fono. 2005; 251–8.
18. Fernandes LVS, Pessoa VSA. Atitudes frente ao ruído no ambiente escolar: uma análise com estudantes do ensino médio [trabalho de conclusão de curso]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2017.
19. American College of Healthcare Executives. A Comparison of the career attainments of men and women healthcare executives [Internet]. 2006 [citado 2025 fev 4]. Disponível em: https://www.ache.org/learning-center/research/about-the-workplace/gender-studies/a-comparison-of-the-career-attainments-of-men-and-women-healthcare-executives
20. Brasil, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Superior 2023: notas estatísticas. Brasília:INEP; 2024.
21. Martins RHG, Tavares ELM, Lima Neto AC, Fioravanti MP. Occupational hearing loss in teachers: a probable diagnosis. Braz J Otorhinolaryngol.2007;73(2):239–44.
22. Cantor Cutiva LC, Burdorf A. Factors associated with voice-related quality of life among teachers with voice complaints. J Commun Disord [Internet].2014; 52: 134–42. Disponível em: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0021992414000392
23. Moreno M, Calvache C, Cantor-Cutiva LC. Systematic review of literature on prevalence of vocal fatigue among teachers. J Voice. 2025; 39(1): 105–12.
24. Selevan E, Schorr E, Pekarsky R, Mitta S, Diamont S, Stept E, et al. Teachers’ perception of vocal quality compared with professional perception. J Voice. 2016; 30(6): 763.e17-763.e21.
25. Oliveira P, Ribeiro VV, Constantini AC, Cavalcante ME de OB, Sousa M dos S, da Silva K. Prevalence of work-related voice disorders in voice professionals: systematic review and meta-analysis. J Voice. 2025; 39(1): 84–104.
26. Sousa ACR, Mendes HDT, Fernandes ACN, Silva EM da. Programa de aquecimento e desaquecimento vocal para profissionais da voz. Distúrb Comun. 2020; 32(3): 470–80.
27. Masson MLV, Fabbron EMG, Loiola-Barreiro CM. Vocal warm-up and cool-down in teachers: a quasi-experimental controlled study. CoDAS [Internet]. 2019; 31(4): e20180252. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-17822019000400309&tlng=pt
28. Nusseck M, Immerz A, Richter B, Traser L. Vocal behavior of teachers reading with raised voice in a noisy environment. Int J Environ Res Public Health. 2022; 19(15): 8929.
29. Rabelo ATV, Santos JN, Oliveira RC, Magalhães MC. Effect of classroom acoustics on the speech intelligibility of students. CoDAS. 2014; 26(5): 360–6.
30. Nogueira B de FM, Medeiros AM de. Vocal behavior and working conditions of teachers after speech therapy for treatment of behavioral dysphonia. Audiol Commun Res [Internet]. 2018; 23: e1803. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-64312018000100323&tlng=pt
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Juan Pablo Alves Nicácio, Mariane Pinho do Nascimento, Giovana Barros Braga, Letícia Emilly da Silva Xavier, Miriely Ryara Fernandes da Mata, Isabella Monteiro de Castro Silva, Eduardo Magalhães Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.






