O bunker glocal e seu paradoxo: dialética operacional entre "refechamento" e "abertura" na civilização mediática avançada.

Autores

  • Eugênio Trivinho PEPGCOS–PUC-SP

Resumo

O artigo desdobra a reflexão do autor sobre a significação social-histórica do bunker glocal na atualidade — bunker mediático da cibercultura (o cyberspace) que, vigorando para além do global e do local, já no tecido próprio da glocalização planetária, rearticula e reforça, cul- turalmente, o processo de militarização obliterada da vida social. A argumentação disseca uma filigrana sociofenomenológica autopoiética e fundamental da experiência material e subjetiva desse bunker: um movimento intra-operacional paradoxal no qual se encerram, simultanea- mente, “refechamento” e “abertura” em relação ao mundo e, em particular, à alteridade. Tal paradoxo peculiar recobre o modo pelo qual a apropriação coletiva e individual majoritária das redes digitais se expressa no social-histórico e na vida cotidiana. Com efeito, discursos ciberufanistas internacionalmente vigentes promovem a “abertura” trazida pela interatividade como o único fato digno de atenção no estágio atual das forças produtivas. O “refechamento” material e subjetivo que ele também representa fica descartado como mera excepcionalidade histórica, acidente ou mal menor. O artigo tensiona a ingenuidade política dessa falácia epocal. A “abertura” só pode ser compreendida se em interremissão com a tendência de “refechamen- to”. Se, na cibercultura, inexiste confinamento ou atomização total do sujeito, tampouco se verifica aprumo inquestionável de horizonte absolutamente livre para ele.

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Publicado

2009-06-25

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Artigos | Articles