Eduardo Coutinho, linguista selvagem do documentário brasileiro

Autores

  • Consuelo da Luz Lins Escola de Comunicação UFRJ

Palavras-chave:

análise fílmica, documentário brasileiro, Eduardo Coutinho

Resumo

Dos seus documentários em locações reais aos filmados em ambientes fechados, o cineasta Eduardo Coutinho investigou incansavelmente os modos de falar de seus personagens, suas “invenções verbais”, suas possibilidade de fabular, captando nesse movimento a complexidade e as modulações da língua portuguesa de camadas diversas da população brasileira. Esse artigo revê essa dimensão fundamental do cinema de Coutinho à luz de Ultimas conversas (2015), documentário editado postumamente por Jordana Berg, concluído por João Salles, a partir do material audiovisual daquele que seria o último filme do diretor. Em continuidade com essas preocupações, Eduardo Coutinho expressa em Ultimas palavras um desejo de filmar crianças, por identificar nelas um momento originário da experiência da linguagem, em que palavras e sentidos ainda não estão cristalizados.

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Biografia do Autor

Consuelo da Luz Lins, Escola de Comunicação UFRJ

Consuelo Lins é pesquisadora, ensaísta e professora da Escola de Comunicação da UFRJ. Formada em Comunicação pela PUC-Rio, fez mestrado na ECO/UFRJ, doutorado em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Paris 3 (Sorbonne Nouvelle). É autora de O documentário de Eduardo Coutinho; televisão, cinema e vídeo (Zahar, 2004) e, com Cláudia Mesquita, Filmar o real, sobre o documentário brasileiro contemporâneo (Zahar, 2008). É também cineasta, tendo dirigido Lectures (2005), Leituras Cariocas (2009), Babás (2010), entre outros. Pós-doutorado em Films Studies no Birkbeck College, Universidade de Londres, em 2014/2015.

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Publicado

2015-10-13

Edição

Seção

Artigos | Articles