“SOLD OUT”
Ticketmaster, performance algorítmica e a venda de ingressos de preço dinâmico
Palavras-chave:
Plataformas digitais, performance algorítmica, Ticketmaster, preço dinâmico, showsResumo
O presente artigo tem como objetivo lançar um olhar sobre a mediação algorítmica na precificação dinâmica de ingressos para shows e concertos ao vivo. Com base na implementação dos chamados Platinum Tickets por parte da Ticketmaster, líder mundial no segmento, e nas recentes controvérsias com a abertura de venda para shows da turnê de Bruce Springsteen, busca-se entender: 1) o algoritmo como um dispositivo de mercado (MUNIESA, 2007; MUNIESA, MILLO, CALLON, 2007); 2) o cálculo de preço dinâmico como uma operação performativa (CALLON, MUNIESA, 2005); 3) como a agência algorítmica articula uma tentativa da empresa de projetar uma neutralidade e objetividade nos processos de precificação (GILLESPIE, 2014; GUERRA, D’ANDRÉA, 2021); 4) como esse processo aponta para a inter-relação entre datificação e financeirização em um contexto neoliberal e de capitalismo de dados (GROHMANN, 2020), contribuindo para um crescente classismo do entretenimento ao vivo.
Referências
ALBUQUERQUE, G. Enegrecendo a tecnologia: propostas teórico epistemológicas para pensar as tecnologias nos estudos de som e música. In: Anais do 44º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Virtual: 2021. Disponível em: < https://www.portalintercom.org.br/anais/nacional2021/resumos/dt6-me/gabriel-albuquerque.pdf >. Acesso em 10 de outubro de 2022.
AZERKAN, N, “Sold Out? Why the Music Industry Needs to Urge Lawmakers to Regulate How Concert Tickets Are Distributed”. Whittier L Rev. 38(2). 2018.
BENJAMIN, R. Race after technology: abolitionist tools for the new jim code. Cambridge: Polity, 2019
BUDNICK, D.; BARON, J. Ticket Masters: The Rise of the Concert Industry and How the Public Got Scalped. London: Peguin Group, 2012.
CARAH, N. Pop Brands: Branding, popular music and young people. Nova Iorque: Peter Lang, 2010.
D'ANDRÉA, C.; GUERRA, A. Dimensões algorítmicas do trabalho plataformizado. E-COMPÓS (BRASÍLIA), p. 1-21, 2020.
D´ANDRÉA, Carlos. Pesquisando plataformas online: conceitos e métodos. Salvador: Edufba, 2020.
GIBSON, C.; CONNELL, J. Music Festivals and Regional Development in Australia. Farnham: Ashgate, 2012.
GILLESPIE, T. A Relevância dos algoritmos. Parágrafo. São Paulo, v. 6, n. 1, p. 95-121, 2018.
GROHMANN, R. N. Plataformização do trabalho: entre dataficação, financeirização e racionalidade neoliberal. Eptic On-Line (UFS), v. 22, p. 106-122, 2020.
HERSCHMANN, M. Indústria da Música em Transição. São Paulo: Estação das Letras e das Cores, v. 1, 2010. 179 p.
HERSCHMANN, M. Lapa, cidade da música. Desafios e perspectivas para o crescimento do Rio de Janeiro e da indústria da música independente nacional. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. 236 p.
HOLMSTROM, Erik. “Dancing in the Dark: An Analysis of the Live Entertainment Industry and the Deceptive Market Practices of Ticketmaster and Live Nation.” Western Journal of Legal Studies, vol. 9, no. 2, 2019.
JANOTTI Jr, J; PIRES, V. “LISTENING IS EVERYTHING”: percursos de escuta conexa nas articulações entre playlists, pre-saves e recomendações musicais no Spotify. In: Anais do 30° Encontro Anual da Compós, 2021, São Paulo. Anais eletrônicos. Campinas, Galoá, 2021. Disponível em: < https://proceedings.science/compos/compos-2021/papers/---listening-is-everything-----percursos-de-escuta-conexa-nas-articulacoes-entre-playlists--pre-saves-e-recomendacoes-mu?lang=pt-br > Acesso em: 10 out. 2022.
KISCHINHEVSKY, Marcelo ; HERSCHMANN, MICAEL ; MARCHI, L. . Tendências de consumo musical nas plataformas digitais em Tempos de Pandemia. In: 30° Encontro Anual da COMPÓS, 2021, São Paulo. Anais do 30° Encontro Anual da COMPÓS. Brasília: COMPÓS, 2021. v. 1. p. 1-16.
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 15 ed. São Paulo: Pearson, 2014.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing, 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012.
MIÉGE, Bernard. A sociedade tecida pela comunicação: técnicas da informação e da comunicação entre inovação e enraizamento social. São Paulo: Paulus, 2009.
NEALON, Jeffrey T. I’m Not Like Everybody Else: Biopolitics, Neoliberalism, and American Popular Music. Lincoln: University of Nebraska Press, 2018.
NOBLE, S. Algoritmos da Opressão. Santo André: Rua do Sabão, 2021.
PINE, B. J.; GILMORE, J. H. The Experience Economy. Boston: Harvard Business Review Press, 2011.
PIRES, VICTOR DE ALMEIDA NOBRE. Rastros da música ao vivo: dos palcos aos shows em salas de estar. 1. ed. Curitiba: Appris Editora, 2019.
POELL, Thomas; NIEBORG, David e VAN DIJCK, José. Plataformização. Revista Fronteiras – estudos midiáticos, São Leopoldo (RS), n. 22, v. 1, p. 2-10, janeiro/abril, 2020.
SANTOS, Luiza; POLIVANOV, Beatriz. O que têm em comum Alexa, Siri, Lu e Bia? Assistentes digitais, sexismo e rupturas de performances de gênero. GALÁXIA (ONLINE), v. 46, p. 1-24, 2021.
SILVA, Tarcízio . Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais. 1. ed. São Paulo: Edições Sesc, 2022. v. 1. 170p.
VAN DIJCK, José. The culture of connectivity: a critical history of social media. Oxford University Press, 2013.
__________. A Sociedade da Plataforma: entrevista com José van Dijck. Digilabour (online). Publicado em 06 de março de 2019. Acesso em 10 de outubro de 2022.
WEAVER, J. Springsteen's 'dynamic' ticket prices just the latest twist in Ticketmaster saga. CBC News, Toronto, 03/08/2022. Disponível em: < https://www.cbc.ca/news/entertainment/springsteen-ticketmaster-1.6537058 >. Acesso em 10 de outubro de 2022.
YÚDICE, G. Apontamentos sobre alguns dos novos negócios da música. In: HERSCHMANN, M. Nas bordas e fora do mainstream musical. São Paulo: Estação das Letras e das Cores, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Galáxia. Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores de artigos publicados mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons CC-BY, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado. Os autores concedem para GALÁxIA. Revista Interdisciplinar de Comunicação e Cultura o direito de primeira publicação.
Este obra está licenciada com uma Licença 