O Teto Reflexivo da Semântica Filosófica:
Um estudo das tensões internas na teoria semântica e suas limitações para responder às condições ideais de assertabilidade
DOI:
https://doi.org/10.23925/2764-0892.2022.v2.n1.e60382Palavras-chave:
Filosofia da linguagem, Semântica filosófica, Gottlob Frege, Bertrand Russell, Hillary PutnamResumo
É consenso localizar na obra de Frege a origem dos fundamentos reflexivos da semântica moderna. Desde a distinção de Frege entre dois componentes do significado (sentido e referência), no entanto, a semântica foi forçada a levar uma vida dupla. Entre suas primeiras recepções, no famoso artigo de Russell (1905), a primeira crítica não resolvida a essa solução foi que: não é possível dividir a semântica em uma teoria sobre duas classes de objetos sem que elas produzam uma e a mesma coisa sob condições inferiores e superiores de instanciação (dependendo da função utilizada para identificá-lo). Mas nem Russell conseguiu evitar uma crise. Não é possível reconciliar a coordenação semântica para um conjunto de extensão não-clássica de instanciação e codificação (instâncias possíveis, valores de verdade contrafactuais etc.) preservando as propriedades clássicas de significação. Este artigo cobre esses momentos com um diagnóstico aproximado: a semântica moderna tem um teto reflexivo. É incapaz de modelar as características contingentes de um "objeto" sem se superdimensionar para lidar com várias restrições desse objeto adaptadas a várias estratégias de especificação intencional e modal. Para modelar condições idealizadas de assertibilidade (Putnam), deve-se filtrar as sentenças que passam no teste Tarskiano usando parâmetros não-semáticos – como o parâmetro de coerência de um paradigma científico. Não se pode manter esse modelo sem deixar de ser semântico. Concluímos com uma resposta às tentativas de dar status semântico ao raciocínio científico complexo e uma sugestão de como localizar a origem filosófica dessa afirmação.
Referências
BARCAN MARCUS, Ruth. “Modalities and intensional languages”. Synthese,
, 303-322. 1961.
BERGE, William, H. “Carnap and Translational Indeterminacy”. Synthese 105.1,
–121, 1995.
CARNAP, Rudolph. Meaning and Necessity. A Study in Semantics and Modal Logic, Midway Reprint, University of Chicago Press, Chicago, pp, 100-106, 1988.
CHOMSKY, Noam. Remarks on nominalization. In: R. Jacobs and P. Rosenbaum (eds.) Reading in English Transformational Grammar, 184-221. Waltham: Ginn, 1970.
DAVIDSON, D. Inquiries into Truth and Interpretation. Oxford: Clarendon Press, 2001.
COFFA, C. The Semantic Tradition from Kant to Carnap: to the Vienna Station, Cambridge: CUP, 1991.
DUMMETT, Micheal. The Interpretation of Frege's Philosophy, Harvard University Press, 1981.
EVANS, Gareth. “Reference and Contingency”, The Monist 62, 161–189, 1979.
EVANS, Gareth. The Varieties of Reference, Oxford UniversityPress, Oxford, 1982.
FLORIDI, Luciano. “Semantic Capital: Its Nature, Value, and Curation”. Philos. Technol. 31, 481–497, 2018.
FREGE, Gottlob. Function and Concept. Translated by P.T. Geach. In: GEACH, Peter & BLACK, Max (Ed.). Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege. 2nded. Oxford: Basil Blackwell, 1960.
FREGE, Gottlob. On Concept and Object. Translated by P.T. Geach. In: GEACH, Peter & BLACK, Max (Ed.). Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege. 2nd ed. Oxford: Basil Blackwell, 1960.
FREGE, Gottlob. On Sense and Reference. Translated by Max Black. In: GEACH, Peter & BLACK, Max (Ed.). Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege. 2nd ed. Oxford: Basil Blackwell, 1960.
FREGE, Gottlob. What is a Function? Translated by P.T. Geach. In: GEACH, Peter & BLACK, Max(Ed.). Translations from the Philosophical Writings of Gottlob Frege, 2nd ed. Oxford: Basil Blackwell, 1960.
FREGE, Gottlob. On Foundations of Geometry. In: KLUGE, E.-H.W. GOTTLOB FREGE: On the Foundations of Geometry and Formal Theories of Arithmetic. Translated and Introduction by Eike-Henner W. Kluge. New Haven and London: Yale University Press, 1971.
KANT, Immanuel. Critique of Pure Reason. Cambridge University Press, 1998. KAPLAN, D.: 1989, Demonstratives, in J. Almog, J. Perry and H. Wettstein (eds), Themes from Kaplan, Oxford University Press, pp. 481–563. PUTNAM, Hillary. Reason,Truth and History, Cambridge: Cambridge University Press, 1981.
QUINE, W. V. O. Ontological Relativity and other Essays. New York: Columbia University Press, 1969.
QUINE, W.V.O. “Ontological Relativity”. The Journal of Philosophy, Vol. 65, No. 7, pp. 185-212, 1968.
RUSSELL, Bertrand (1905). “On Denoting”. Mind 14 (56):479-493, 1905.
TARSKI, Alfred. “Truth and proof”. Scientific American, 220 6, 63-77 passim,1969.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Geltung - Revista de Estudos das Origens da Filosofia Contemporânea
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.