A homossexualidade e os conflitos familiares sob a interface da sétima arte
DOI:
https://doi.org/10.23925/lf.v16i2.67935Palavras-chave:
Homossexualidade, Família, Psicanálise, Cinema, Xavier Dolan.Resumo
A família é a primeira instituição na qual um sujeito está inserido. Os afetos que surgem dessa relação são diversos e marcantes. No contato com uma família que seja refratária à experiência da homossexualidade, o sujeito vê-se envolto por discursos que o impactam em sua subjetividade. A proposta deste artigo é analisar como a homossexualidade foi tratada de maneira problemática e patológica por diversos campos do conhecimento, destacando como a perspectiva psicanalítica traz à luz outras concepções da sexualidade, a partir da teoria de pulsão sexual desenvolvida por Sigmund Freud. Tal teoria deslinda a pulsão sexual como distinta de instinto, e aponta para uma de suas características fundamentais, qual seja, a de que a pulsão sexual alcança sua satisfação por meio de objetos, e que estes são o que há de mais variável na pulsão. Baseada em dados secundários, o material foi escolhido através de pesquisa bibliográfica. Bem como a análise de alguns pontos do filme Eu Matei Minha Mãe, do diretor canadense Xavier Dolan, que serve como dispositivo para demonstrar como as produções artísticas captam e retratam esse mal-estar.
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