| Qualis: A1 |
| Área do conhecimento: Planejamento Urbano e Regional / Demografia |
Cadernos Metrópole 67: Periferias urbanas e a política dentro e fora das instituições
Os Editores Científicos e a Comissão Editorial da revista Cadernos Metrópole convidam para a organização do v. 28, nº 67 os pesquisadores das diversas áreas de conhecimento, que abordam a questão urbana e regional, a enviarem textos sobre o tema
Periferias urbanas e a política dentro e fora das instituições
Editores: Thiago Canettieri, Luciana Teixeira de Andrade e Luis Renato Bezerra Pequeno
As periferias urbanas brasileiras e latino-americanas são representações espaciais das estruturas profundamente desiguais e racializadas que se manifestam nas contradições da urbanização. Se, por um lado, são territórios onde uma série de precariedades se acumula, por outro, há, nas periferias, uma energia política poderosa. A partir da observação da prática política que sujeitos periféricos mobilizam para defender direitos, para garantir condições de vida e para transformar a realidade, é possível compreender os processos pelos quais as periferias estão passando.
As periferias são territórios que impulsionam a luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade num contexto de inflexão ultraliberal que leva à perda de direitos e à degradação das condições de reprodução nas cidades. Tendo como referência formas de ação coletiva mais ou menos formalizadas, as periferias questionam as práticas do desmonte de direitos e reivindicam pautas importantes para a construção de metrópoles mais justas e equitativas.
A prática política nas periferias revela uma complexa dinâmica entre a busca por representatividade institucional e a resistência às formas tradicionais de poder. A recente criação da Secretaria Nacional de Periferias, no governo Lula, sinaliza um esforço para incorporar as demandas periféricas nas políticas públicas, representando uma conquista significativa. No entanto, é fundamental reconhecer que a política periférica não se restringe aos espaços institucionais. Elas também são palco de intensas práticas de resistência, em que a autonomia e a autogestão se manifestam como formas de contestação ao poder estatal. Essas manifestações revelam a diversidade e a riqueza da política periférica, que oscila entre a busca por reconhecimento dentro das instituições e a construção de alternativas fora delas. Dessa maneira, trata-se de reconhecer as múltiplas potências políticas que as atuais formas de organização e manifestação produzem nas periferias e a partir delas.
A atuação política das periferias ocorre "com", "contra" e "apesar" do Estado. Seja a ação visando à construção de políticas públicas e ao engajamento com as esferas participativas formais como conselhos e fóruns, seja a prática de ação direta, como manifestações e protestos, ou seja, por meio da construção de alternativas autônomas com redes de solidariedade e práticas comunitárias, essas ações políticas que ocorrem nas periferias merecem maior compreensão por parte da academia.
As práticas políticas que ocorrem nas periferias são produzidas por múltiplos agentes, que envolvem movimentos sociais, agentes públicos, coletivos culturais, entre outros, e resultam também em diferentes produtos, como políticas públicas, manifestações, espaços comunitários entre tantos outros. Esta chamada convida à submissão de textos que tratem da diversidade das manifestações políticas nas periferias, dentro ou fora das instituições.
Nossa proposta com este dossiê para a Cadernos Metrópole é avançar no debate sobre a política construída a partir de territórios periféricos. Assim, esperamos receber textos que abordem as periferias com base nas potências políticas (em seus múltiplos sentidos) que existem nesses territórios. São propostos os seguintes eixos:
1) Construção de políticas públicas para as periferias
2) Relação entre Estado e as periferias urbanas
3) Movimentos sociais e comunitários de resistência nas periferias
4) Formas de ação coletiva em territórios periféricos
5) Construção do comum nas periferias
6) Luta pela reforma urbana e pelo direito à cidade nas periferias
.data-limite para envio dos trabalhos: 16 DE NOVEMBRO DE 2025
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
ESCOPO E POLÍTICA EDITORIAL
A revista Cadernos Metrópole, de periodicidade quadrimestral, tem como enfoque o debate de questões ligadas aos processos de urbanização e à questão urbana, nas diferentes formas que assume na realidade contemporânea. Trata-se de periódico dirigido à comunidade acadêmica em geral, especialmente, às áreas de Arquitetura e Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional, Geografia, Demografia e Ciências Sociais.
A revista publica textos de pesquisadores e estudiosos da temática urbana, que dialogam com o debate sobre os efeitos das transformações socioespaciais no condicionamento do sistema político-institucional das cidades e os desafios colocados à adoção de modelos de gestão baseados na governança urbana. A revista não publica texto de graduandos.
A revista está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
Esta licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
A revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A revista não aplica taxas de submissão, publicação ou de qualquer outra natureza em seus processos, sendo um veículo científico voltado à comunidade científica brasileira.
CHAMADA DE TRABALHOS
A revista Cadernos Metrópole é composta de um núcleo temático, com chamada de trabalho específica, e um de temas livres relacionados às áreas citadas. Os textos temáticos deverão ser encaminhados dentro do prazo estabelecido e deverão atender aos requisitos exigidos na chamada, os textos livres terão fluxo contínuo de recebimento.
Os artigos podem ser redigidos em língua portuguesa, espanhola, inglesa ou francesa.
Os trabalhos submetidos à Cadernos Metrópole devem ser enviados pelo link https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/about/submissions.
Os artigos NÃO devem conter nenhum tipo de identificação do(s) autor(es).
A revista não aceitará artigos assinados por mais de 3 autores.
A revista não publica artigos de autoria ou coautoria de graduandos. Se necessário, serão citados como "colaboradores" em nota ao final do texto.
É imprescindível o envio do Instrumento Particular de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, datado e assinado pelo(s) autor(es), que deve ser anexado no passo 4 da submissão.
Os textos serão publicados no idioma original e em inglês. A qualidade e os custos da tradução serão de inteira responsabilidade dos autores. A tradução é obrigatória apenas para os textos que forem selecionados para publicação.
Os autores devem cumprir um intervalo de 2 (duas) edições para nova publicação.
AVALIAÇÃO DOS ARTIGOS
Os artigos recebidos para publicação deverão ser inéditos e serão submetidos à apreciação dos membros do Conselho Editorial e de consultores ad hoc para emissão de pareceres. Os artigos receberão duas avaliações e, se necessário, uma terceira. Será respeitado o anonimato tanto dos autores quanto dos pareceristas.
Caberá aos Editores Científicos e à Comissão Editorial a seleção final dos textos recomendados para publicação pelos pareceristas, levando-se em conta sua consistência acadêmico-científica, clareza de ideias, relevância, originalidade e oportunidade do tema.
Os textos aprovados pelos pareceristas, mas não selecionados para publicação na edição para a qual foram submetidos, serão apresentados aos organizadores das edições seguintes visando sua publicação na seção Textos Complementares.
COMUNICAÇÃO COM OS AUTORES
Os autores serão comunicados por email da decisão final, sendo que a revista não se compromete a devolver os originais não publicados.
OS DIREITOS DO AUTOR
A revista não tem condições de pagar direitos autorais nem de distribuir separatas.
O Instrumento Particular de Autorização e Cessão de Direitos Autorais, datado e assinado pelo(s) autor(es), deve ser enviado juntamente com o artigo.
O conteúdo do texto é de responsabilidade do(s) autor(es).
Os manuscritos devem vir acompanhados de uma declaração de disponibilidade dos dados usados e gerados na pesquisa subjacentes aos textos.
A versão final do artigo aprovado será publicada com o nome do editor ou editores responsáveis pelo processo de avaliação do manuscrito
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES
A contribuição de cada autor/a deve ser identificada conforme a taxonomia CRediT, de acordo com as funções específicas: conceitualização; curadoria dos dados; análise formal; aquisição de financiamento; investigação; metodologia; administração do projeto; recursos; software; supervisão; validação; visualização; redação do rascunho original; redação – revisão e edição.
NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS
Os trabalhos devem ser apresentados, nessa ordem:
-
título, de 12 palavras no máximo, em português, ou na língua em que o artigo foi escrito, e em inglês;
-
resumo/abstract de, no máximo, 120 (cento e vinte) palavras em português ou na língua em que o artigo foi escrito e outro em inglês, com indicação de 3 a 5 palavras-chave em português, ou na língua em que o artigo foi escrito, e em inglês;
-
texto, digitado em Word, espaço 1,5, fonte Arial tamanho 11, tendo 20 a 25 páginas, incluindo tabelas, gráficos, figuras, referências bibliográficas; as imagens devem ser em formato JPG, com resolução mínima de 300 dpi e largura máxima de 13 cm;
-
títulos de seção, de, no máximo, 6 palavras;
-
referências bibliográficas, seguindo rigorosamente as seguintes instruções:
Livros
AUTOR ou ORGANIZADOR (org.) (ano de publicação). Título do livro. Cidade de edição, Editora.
Exemplo:
CASTELLS, M. (1983). A questão urbana. Rio de Janeiro, Paz e Terra.
Capítulos de livros
AUTOR DO CAPÍTULO (ano de publicação). “Título do capítulo”. In: AUTOR DO LIVRO ou ORGANIZADOR (org.). Título do livro. Cidade de edição, Editora.
Exemplo:
BRANDÃO, M. D. de A. (1981). “O último dia da criação: mercado, propriedade e uso do solo em Salvador”. In: VALLADARES, L. do P. (org.). Habitação em questão. Rio de Janeiro, Zahar.
Artigos de periódicos
AUTOR DO ARTIGO (ano de publicação). Título do artigo. Título do periódico. Cidade, volume do periódico, número do periódico, páginas inicial e final do artigo.
Exemplo:
TOURAINE, A. (2006). Na fronteira dos movimentos sociais. Sociedade e Estado. Dossiê movimentos sociais. Brasília, v. 21, n.1, pp. 17-28.
Trabalhos apresentados em eventos científicos
AUTOR DO TRABALHO (ano de publicação). Título do trabalho. In: NOME DO CONGRESSO, número, ano, local de realização. Título da publicação. Cidade, Editora, páginas inicial e final.
Exemplo:
SALGADO, M. A. (1996). Políticas sociais na perspectiva da sociedade civil: mecanismos de controle social, monitoramento e execução, parceiras e financiamento. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENVELHECIMENTO POPULACIONAL: UMA AGENDA PARA O FINAL DO SÉCULO. Anais. Brasília, MPAS/SAS, pp. 193-207.
Teses, dissertações e monografias
AUTOR (ano de publicação). Título. Tese de doutorado ou Dissertação de mestrado. Cidade, Instituição.
Exemplo:
FUJIMOTO, N. (1994). A produção monopolista do espaço urbano e a desconcentração do terciário de gestão na cidade de São Paulo. O caso da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. Dissertação de mestrado. São Paulo, Universidade de São Paulo.
Textos retirados de Internet
AUTOR (ano de publicação). Título do texto. Disponível em. Data de acesso.
Exemplo:
FERREIRA, J. S. W. (2005). A cidade para poucos: breve história da propriedade urbana no Brasil. Disponível em: http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/index.html. Acesso em: 8 set 2005.